Authors:Maiara Damasceno da Silva Santana Abstract: Valdete da Silva, de apelido Dé, é uma indígena Kariri-Xocó de sessenta e quatro anos, reconhecida dentro e fora da aldeia como louceira. São chamadas de louceiras as mulheres, com média de 40 a 65 anos de idade, que fazem panelas, caçarolas, frigideiras, potes e cuscuzeiros de barro. As pessoas Kariri-Xocó vivem às margens do Baixo São Francisco, no Nordeste brasileiro, no município de Porto Real do Colégio – Alagoas. O ensaio descreve o trabalho com o barro, esmiuçando todas as etapas de confecção das louças; com isso, busca-se revelar a importância dessa atividade, no sustento das famílias, mas, principalmente, destacá-la como parte da "cultura" Kariri-Xocó. PubDate: 2021-12-10 DOI: 10.51359/2526-3781.2021.251964 Issue No:Vol. 7, No. 2 (2021)
Authors:Paride Bollettin Abstract: Since the beginning of 2020, with the eclosion of the Covid-19 pandemic, airports have been included among the main hotspots for the diffusion of the disease. Several limitations affected the possibility for people to travel, with diverse approaches between the countries, and with differences among who was authorized to travel and who was not. This caused a contraction on the number of passengers transiting in the airports in all the countries. However the commercial international aviation has never stopped, and despite the reduction of passengers the airports managed to implement health security protocols for the Covid-19 diffusion control. Before the pandemic, other challenges already affected airports’ security protocols, such as the “terrorist threat”, making of these places “nervous systems” (as defined by Maguire and Pétercsak). After one year and half from the beginning of the pandemic, with the vaccination campaigns accelerating in various countries (with the clear differences due to governments’ political choices and countries’ access to vaccines) the air travels have returned to a condition similar to previous one. An increasing number of planes flying and an increasing number of passengers can be registered everywhere. Meanwhile, the sanitary attention to the Covid-19 diffusion contention continues to be a concern in the space organization of airports.This ethnographic photoessay aims at describing the visual presence of the Covid in the airports. The work focuses on four airports in three countries the author passed through in June 2021. They are the airports of Salvador da Bahia (Brazil), Lisbon (Portugal), Rome and Venice (Italy). Despite the differences between the countries in the approached adopted to contain the diffusion of the pandemic, airports are subjected to standardized international protocols. These are intended to (re)produce similar safety measures in the diverse airports. Meanwhile, airports are designed not to be identitarian, historical and relational, but yes to be experienced as “non places” (as Augé defined these places). However, each airport introduces several dimensions of its specific location, of its specific local health politics, of its specific passengers’ flow, and so on, making of them a peculiar place to observe the space design for Covid diffusion control. Despite the definition of the Covid as an “invisible enemy”, used in general media in diverse countries, the thesis is that the presence of the virus is highly visible to everyone passing in some airport, independently from the specific country. Meanwhile, the diverse airports introduce their own local and specific visual modalities to achieve passengers. Pictures included in this ethnographic photoessay focus on some of these modalities, such as the hand gel dispensers, instructions and prohibitions for preventing Covid dissemination, among other. Covid’s aesthetics in airports highlights how the pandemic affected people visual and sensorial experiences of these places and of their designs. PubDate: 2021-12-10 DOI: 10.51359/2526-3781.2021.251794 Issue No:Vol. 7, No. 2 (2021)
Authors:Geraldo Barboza de Oliveira Junior, Josimeire Bezerra Marques Abstract: Este ensaio tem por objetivo mostrar, por fotografias com um olhar etnográfico, aspectos gerais de três Comunidades Quilombolas localizadas no Sertão do Cabugi (região do semiárido do Estado do Rio Grande do Norte) durante o anos de 2015 até 2018. Nesse período foi prestada uma assessoria em três dessas comunidades (Cabeço dos Mendes e Curralinho no município de Afonso bezerra; e Livramento no município de Angicos) resultando na identificação, reconhecimento e certificação dessas na categoria de Comunidade de Remanescentes de Quilombos. Esta condição somou com a quarta comunidade (Aroeira, no município de Pedro Avelino) já anteriormente reconhecida quatro comunidades reconhecidas nesta região. Ainda existe o débito com uma dessas comunidades: a Família América na serra Nova no município de Afonso Bezerra.Essa nova realidade resultou, ainda, na organização de quatro encontros distintos realizados nas comunidades do sertão do Cabugi nos anos de 2018 e 2019 para discussão de suas realidades comuns. Um aspecto que se revelou constante foi a atividade laboral (e não lícita) do extrativismo da madeira e da fabricação do carvão. O que mata a fome também pode levar à cadeia! Uma atividade tradicional que é vista pelos Poderes Públicos como crime ambiental.A tentativa de criminalizar atividades tradicionais sob a ótica do direito ambiental é uma constante na vida das populações tradicionais. Temos o exemplo de vários processos de Casas de Candomblé, Umbanda e Jurema sob o argumento de poluição sonora aqui na justiça do Estado do Rio Grande do Norte. Os vários casos no Brasil envolvendo a iniciação de crianças sendo argumentado cárcere privado e outras insanidades. Na realidade, são outras faces do racismo institucional que atinge a população negra no Brasil.As comunidades do Sertão do Cabugi têm na produção do carvão uma história relacionada à sua sobrevivência e resiliência em uma região onde não se pode contar com a agricultura como meio de garantia. A instabilidade das chuvas, aliada a um histórico de privações, faz do Povo do Carvão sinônimo de resiliência e obstinação em se manter vivo em um meio de efetiva insalubridade social.As fotos aqui expostas visam dar visibilidade ao cotidiano, ressaltando sua resiliência e suas conquistas. Às famílias quilombolas do Sertão do Cabugi expresso dessa forma minha gratidão. PubDate: 2021-12-10 DOI: 10.51359/2526-3781.2021.251336 Issue No:Vol. 7, No. 2 (2021)
Authors:Monique Teresa Amoras do Nascimento, Jéssica Fernanda Carvalho de Carvalho, Nádile Juliane Costa de Castro Abstract: Este ensaio visual é fruto de um projeto de pesquisa que tem com um dos objetivos realizar discussões sobre cenas de comunidades quilombolas amazônicas no percurso da pandemia da COVID-19 . O registro das atividades ocorreu pela utilização de um diário de campo para fins de composição da narrativa e por meio de uma câmera do celular modelo Xiaomi Mi 8. Percebeu-se que apesar de toda a importância do controle sanitário o ir e vir das pessoas que vivem nas comunidades quilombolas da região permaneceram em virtude da necessidade de dar continuidade aos fazeres e ao modo de vida das populações amazônicas que dependem de deslocamentos entre as águas dos rios e o transporte público. PubDate: 2021-12-10 DOI: 10.51359/2526-3781.2021.251559 Issue No:Vol. 7, No. 2 (2021)
Authors:Bruno Karasiaki Filene Abstract: Obrigações de Axé é uma etnografia em vídeo filmada no Ilé Asè Dàn Fè Érò Ósumarè. A câmera participante (Rouch, 1995:96 apud Hikiji, 2013 pp. 121) é incorporada em uma cerimônia com três rituais. A Saída de Iawo de Yago de Odé, a Obrigação de três anos (Odu Eta) de Carmem de Oya e a Obrigação de sete anos (Odu Ije) da Ìyálàsé Dáfne de Iewá. O filme visa contribuir para a visibilização e difusão do Candomblé Ketu brasileiro, situado na cidade de Goiânia, Goiás. As Obrigações de Axé são os compromissos assumidos por tod@s iniciados, que consistem no mecanismo de ascensão hierárquica no candomblé. As relações sociais são definidas pelo status adquirido na experiência junto ao Egbé (Comunidade) iniciado naquele Ilè (Casa de candomblé). O filme foi legendado em espanhol para contemplar comunidades internacionais que acompanham o desenvolvimento da pesquisa realizada no mestrado do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Performances Culturais da Universidade Federal de Goiás (PPGIPC-UFG).Há interlocutores da pesquisa praticantes das chamadas Regras de Orisà, desde Cuba e México. A pesquisa está dialogando com produções do Taller Miradas Antropológicas do Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS-MX), e é inspirada pela Cátedra Internacional Roberto Cardoso de Oliveira, tratando de temas relativos a Sistemas Interétnicos (Cardoso de Oliveira, 1962) na América Latina. Englobamos nesta perspectiva as regras de Orisà e variações latino-americanas, suas performances culturais de reafricanização e reexistências. O filme foi feito em parceria ao Laboratório de Pesquisa Olhares Etnográficos (LAPOE) vinculado à Faculdade de Ciências Sociais da UFG e ao PPGAS-UFG, sendo orientado pelo professor Gabriel Omar Alvarez.O filme realizado em antropologia compartilhada possui narração dos participantes. Encontra-se disponível no Youtube a mesa de lançamento realizada junto aos sacerdotes e participantes cujas narrações explicam e ilustram o ritual.Referências:Cardoso de Oliveira, Roberto. Problemas e hipóteses relativos à fricção interétnica: sugestões para uma metodologia. Revista do Instituto de Ciências Sociais, v. 4, n. 1, p. 41-91, 1967.Hikiji, Rose Satiko Gitirana. “Rouch Compartilhado: Premonições e Provocações para uma Antropologia Contemporânea”. ILUMINURAS, vol. 14, no 32, março de 2013. DOI .org (Crossref), doi:10.22456/1984-1191.37743.