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- COLONIALIDADE, MULHERES INDÍGENAS E VIOLÊNCIAS NA FRONTEIRA DO
BRASIL COM O PARAGUAI Abstract: O estado de Mato Grosso do Sul apresenta a maior taxa, por 100 mil habitantes, de estupro e violência contra a mulher do Brasil. Atualmente, áreas de fronteira na América Latina se tornaram um laboratório das violências sofridas pelas mulheres, a exemplo dos crescentes casos de feminicídio. O objetivo deste texto é analisar as violências sofridas pelas mulheres indígenas Guarani e Kaiowá. Para isso foi realizado um levantamento de reportagens de jornais on-line de municípios que se encontram em faixa de fronteira entre Brasil e Paraguai, com a utilização dos descritores: violência, fronteira, mulher, indígena, gênero. Os resultados foram analisados a partir da perspectiva decolonial, categorizados com o apoio da técnica de análise de conteúdo temática. Constatou-se que as principais vítimas de violência são mulheres jovens com até 30 anos, que foram mortas ou agredidas por seus companheiros, em sua maioria pelo uso da força e residentes na Reserva Indígena de Dourados. Sugere-se a articulação de uma rede especializada de atendimento e a implementação de políticas públicas, que considerem a insterseccionalidade de marcadores sociais de gênero, etnia, idade e território, como fatores de proteção para à violência contra as mulheres indígenas. PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-8 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- Apresentação
PubDate: 2022-08-26 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- Editorial
PubDate: 2022-08-26 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- ENTRE O DESENVOLVIMENTO E A (RE)EXISTÊNCIA: OS MILITARES E A EXPLORAÇÃO
DAS TERRAS INDÍGENAS Pages: 1 a 15 - 1 a 15 Abstract: A exploração econômica dos territórios indígenas é, historicamente, objeto de interesse dos militares que, em consórcio com o agronegócio e empresas mineradoras, conduzem e influenciam o atual governo. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro utilizou como pretexto a guerra entre Rússia e Ucrânia para organizar uma ofensiva para aprovação do Projeto de Lei (PL) 191/20, que prevê mudanças radicais em princípios constitucionais e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, ao regulamentar a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas, podendo provocar danos socioambientais irreparáveis. Para viabilizar sua política anti-indígena, o militar busca, relegar aos povos originários um lugar de subalternidade em seu projeto colonialista de nação, desconsiderando aspectos fundamentais das suas formas de organização política e social, sua cultura e sua territorialidade. Fruto de pesquisa bibliográfica e documental a partir de obras sobre teoria da nação, colonialismo, pensamento militar brasileiro e política indigenista, além de jornais de notícias, revistas científicas especializadas e documentos do poder judiciário e legislativo, como os Anais da Câmara de Deputados e do Senado Federal, o presente trabalho visa questionar o papel do militar na política indigenista, perpetuando um paradigma colonial que considera o índio como um entrave ao desenvolvimento nacional. De forma específica, visa discutir o pensamento militar sobre a exploração econômica dos territórios indígenas a partir da Constituição Federal de 1988, mas se concentrando no governo de Jair Bolsonaro PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-1 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- UM OLHAR CONTEMPORÂNEO PARA OS SABERES INDÍGENAS: DIVERSIDADE
TERRITORIAL, PENSAMENTO DIVERGENTE E CONTINUIDADE ONTOLÓGICA Pages: 16 a 42 - 16 a 42 Abstract: Este ensaio se propõe a contribuir com para a interpretação dos geógrafos sobre as lutas sociais contemporâneas e para a defesa dos direitos indígenas. A necessidade sempre atual de abordar em profundidade aspectos relevantes da realidade social brasileira, em especial a diversidade cultural e territorial (em que se inclui a diversidade biológica, vista como sociobiodiversidade), coloca em debate a compreensão das múltiplas escalas e temporalidades que intervém no espaço concreto das aldeias indígenas e suas relações sociais. Ao propor tal análise, vislumbra-se temas essenciais para a compreensão dos dias atuais como a identidade, o feminismo, o antirracismo e o preconceito de base interseccional – que pautam as lutas sociais contemporâneas, vistas como lutas por espaço (Massey apud Haesbaert, 2015:28) – e seus possíveis impactos teóricos e metodológicos para a Geografia contemporânea. O preconceito de base étnica e outras representações produzidas a partir de sobre os povos indígenas desde o século XVI, desumanizando-os, têm sido largamente utilizado pela Colonização, a partir de seus agentes leigos e clericais, conferindo legitimidade às ações de sujeição e dominação (Marim & Gomes, 2003; Tavares, 2008; Cunha, 2012). A relação histórica (e geográfica) entre estes os indígenas e seus vizinhos regionais chegantes promove, desde sempre, a desordem territorial, resultando no contexto atual em que se encontram submetidos. Mas apesar disso, não se pode fechar-se para as cosmovisões e o sentido profundo, a magia de ser e estar no mundo, que os indígenas nos ensinam, permitindo que estas fluam também em nossa produção teórica. É da necessidade de diálogo com estas cosmovisões, abrindo-se a estes “mundos de visão” (Viveiros de Castro, 2018), que se pode de reorientar as leituras e a intepretação de mundo, e refletir sobre as ideias que os indígenas nos apresentam para adiar o fim do mundo (Krenak, 2018) PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-2 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- CRIANÇA MITÃ’I ͂NA PERSPECTIVA DOS KAIOWÁ E GUARANI DA ATUALIDADE NO
TEKOHA TRADICIONAIS EM TE’YIKUE Pages: 43 a 56 - 43 a 56 Abstract: : O trabalho pretende discutir a concepção da comunidade da Te’yikue sobre a criança Kaiowá e Guarani das áreas retomadas tradicionais, na atualidade e, por conseguinte, como a instituição escolar interfere e contribui na forma como as crianças constroem o modo de agir fora do lugar da convivência. O texto descreve também como se constitui a relação com as outras crianças que não é de sua localidade. Assim o objetivo é fazer uma análise e reflexão sobre a construção da concepção sobre a criança das retomadas, a partir disso possibilitar a compreensão da temática indígena para se trabalhar na escola. Para isso foi realizado campo de pesquisa nas retomadas Ñandeva e Te’yi Juçu, visitando as crianças em seus familiares, entre os seus parentes e vizinhanças e também nas escolas, a partir da observação analisando o comportamento, a sua socialização e, a partir disso, delinear saberes indígenas de resistências, além disso, mostrar a socialização da criança em seu mundo e no mundo dos adultos. PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-3 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- A MOBILIDADE INDÍGENA NA REGIÃO DAS GUIANAS
Pages: 57 a 86 - 57 a 86 Abstract: O presente texto trata de discutir acerca da mobilidade indígena na Região das Guianas. Após o estudo de bibliografias e documentos que tratam da presença e mobilidade indígena nos diferentes países que compõem a região citada e dos dados obtidos com o trabalho de campo realizado sobre o trânsito autóctone na fronteira Brasil/Guiana Francesa, se concluiu que a fixação dos países colonizadores e a colocação de fronteiras no território estudado, promoveram importantes mudanças no espraiamento e no cotidiano indígena, particularmente, os inseriu em contextos de diferentes nacionalidades, além do que promoveu o uso do território ancestral de forma contraditória, sem contudo, haver a definição pátria de um ou outro território. PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-4 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- CORPOS DE MULHERES INDÍGENAS FRENTE ÀS VIOLÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA: O
TERRITÓRIO COMO R-EXISTÊNCIA E COMO CORPO-TERRITÓRIO Pages: 87 a 106 - 87 a 106 Abstract: O texto se propõe a compreender o corpo-território desde às lutas contemporâneas das mulheres indígenas latino-americana, especialmente, defronte às violências e violações de direitos humanos sofridos. Para isso, inicia-se com o debate sobre o corpo como condição/esfera da r-existência (existir para resistir) e, a partir daí, discutem-se, numa cosmologia ancestral e geográfica de conceitos, concepções de corpo-território numa perspectiva decolonial de poder no âmbito latino-americano. As violências que as mulheres indígenas enfrentam foram e são aquelas que se dirigem a própria vida, que colocam em xeque a própria existência. Lutar por corpo-território é sempre lutar por existir. Um exemplo dessa luta é o coletivo Kuñangue Aty Guasu. A Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani, começou a ser organizada no ano de 2006, no Cone Sul do estado de Mato Grosso do Sul. O coletivo é organizado por mulheres indígenas em assembleias multiterritoriais que se transformaram em verdadeiros espaços políticos de organização de defesa do corpo e do território. As mulheres são as porta-vozes na luta contra as violências e por territórios sagrados, os tekoha. PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-5 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- OS KAINGANG DA TERRA INDÍGENA MARRECAS: REFLEXÕES SOBRE TERRA E
TERRITÓRIO Pages: 107 a 125 - 107 a 125 Abstract: Este artigo propõe uma reflexão sobre o significado de terra e território para o povo Kaingang da Terra Indígena (TI) Marrecas, no município de Turvo, estado do Paraná, diante dos territórios formados pelo Estado e agentes privados a partir do século XIX, nos campos de Guarapuava. O objetivo foi compreender as relações políticas e de disputa por terras, entre os indígenas, Estado e outros agentes privados no processo de transformação dessas terras em território indígena. Em termos metodológicos, o trabalho foi realizado com base nas pesquisas bibliográficas e análise documental (Cartas Régias dos anos de 1808 e 1809), além da construção do referencial teórico sobre terra e território, categorias escolhidas para análise. O estudo permitiu compreender como essas políticas geraram territorialidades assimétricas nas relações de poder, entre os agentes e sujeitos envolvidos, decisivas nas transformações dos modos de apropriação dos espaços pelos indígenas e a sua reprodução, na medida em que provocaram alterações materiais ao limitar os espaços deles com a imposição de áreas demarcadas e restritas para a reprodução de suas vidas e atacaram suas crenças e tradições, elementos característicos do campo simbólico. Depreendese que esses indígenas foram pressionados a modificar a sua forma de se relacionar com a terra, lutando por novos espaços de sobrevivência, criando rearranjos territoriais contemporâneos que precisam ser estudados, adiante. PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-6 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- POKÉ’EXA ÛTI - VÍPUXOVOKU: TERRITÓRIO - ALDEIA
BANANAL Pages: 126 a 138 - 126 a 138 Abstract: Este trabalho é resultado da pesquisa na geografia indígena, procurando descrever o processo histórico e geográfico da criação da reserva indígena de Taunay/Ipegue e tem como objetivo analisar as consequências da organização socioespacial depois de mais de um século da imposição da cartografia oficial do Estado brasileiro, neste contexto de políticas indigenistas para os Terena, de os integrar e assimilá-los no conjunto de uma vida plástica nos moldes urbanos. Para alcançar os resultados, foram feitas entrevistas com lideranças moradoras da aldeia Bananal, análise do espaço como local de moradia, dialogando com vários anciãos que são antigos moradores para entender o impacto socioespacial e cultural causado pelo formato de ruas e quarteirões, típico de uma cidade urbana, imposto por meio do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) no começo do século XX. Com isso, após um século de configuração do SPI, o resultado aponta uma nova produção socioespacial sobre o lugar de moradia dos Terena da aldeia Bananal, onde as famílias extensas atualmente estão concentradas em torno do núcleo do lugar, buscando concentrar a prole, dando maior visibilidade política por meio de agrupamento familiar, identificando-se como vilas, usando o sobrenome da família na maioria das vezes. PubDate: 2022-08-26 DOI: 10.20873/stmmta2022-5,2-7 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
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