Authors:Paula Cristina Moreira Mosquita de Sousa, Abel Paiva, Filipe Pereira, Paulo Parente, Paulino Sousa Pages: 4 - 17 Abstract: Introdução: A parentalidade pode ser entendida como o assumir das responsabilidades de ser pai de uma criança durante o seu desenvolvimento. Isso implica um papel ativo e eficaz em que os pais se sentem ligados à criança e possuem o conhecimento e as habilidades para enfrentar os desafios. Por vezes, a condição de saúde da criança requer um episódio de hospitalização. Viver a experiência de ter um filho internado muitas vezes é difícil e complexo. A atitude dos pais ao lidar com a hospitalização do filho depende das características pessoais do filho, dos pais e dos enfermeiros. Nessa situação, a atitude dos pais depende também do tipo de ajuda que recebem da enfermagem e do estado de saúde da criança. Nos serviços de pediatria, estabelecer parceria de cuidados entre enfermeiros e pais é o melhor caminho para alcançar melhores resultados. Nos dias atuais, pais e enfermeiros necessitam de parceria de cuidados e os seus benefícios são bem evidenciados pela literatura existente. Objetivos: Identificar as intencionalidades terapêuticas dos enfermeiros quando promovem a parceria de cuidados com os pais durante a hospitalização da criança. Materiais e método: Investigação-ação envolvendo enfermeiros do serviço de internamento de pediatria do Hospital Pedro Hispano e pais de crianças hospitalizadas nesse serviço, utilizando-se questionários, análise documental, entrevistas e observação participante. Resultados: Emergiram sete tipos de intenções dos enfermeiros: (1) Promoção da participação dos pais nos cuidados do tipo desenvolvimental (cuidados habituais); (2) Promoção de competências parentais para prestar cuidados complexos; (3) Promoção de participação dos pais nos cuidados complexos quando as competências parentais foram avaliadas como eficazes; (4) Melhoria no desempenho dos pais para realizar os cuidados complexos quando um potencial de valorização de competências dos pais para realizar os cuidados complexos foi identificado; (5) Redução do nível de desgaste associado ao papel parental em pais de crianças com necessidades especiais permanentes, facilitando, durante a hospitalização, o descanso no exercício do papel; (6) Preparação dos pais para prestar cuidados complexos; (7) Preparação dos pais para promover a autonomia da criança. Conclusões: Na prática de enfermagem em pediatria e na literatura, o conceito de parceria de cuidados está amplamente difundido. Contudo, é precisa mais pesquisa para descobrir as intenções dos enfermeiros por trás dos planos de cuidados envolvendo a parceria dos pais. Esta investigação contribui para esclarecer as principais intencionalidades terapêuticas dos enfermeiros, ao promover a parceria de cuidados com os pais durante a hospitalização da criança. PubDate: 2023-06-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2023.11580 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)
Authors:Petra Chaves, Maria Ana Sobral, Gabriela Machado Pages: 18 - 21 Abstract: Introdução: A manutenção ou suspensão da alimentação e hidratação artificial no doente em fim de vida é um dilema ético frequente na atualidade. Em contexto domiciliário, esta é uma questão que profissionais de saúde, doentes e famílias enfrentam com muita proximidade, obrigando a uma reflexão contínua sobre a conduta no melhor interesse da pessoa doente. Objetivo: Reflexão bioética sobre manutenção ou suspensão da alimentação e hidratação artificial no doente em fim de vida, em contexto domiciliário. Materiais e métodos: A partir da análise de um caso clínico, fez-se uma reflexão bioética sobre o problema da manutenção ou suspensão da alimentação e hidratação artificial, em contexto domiciliário, tendo em conta os princípios éticos da beneficência, não maleficência e autonomia. Resultados: Foram considerados os princípios da beneficência e não maleficência, tendo em conta os riscos e os benefícios da alimentação e hidratação artificial e o ponto na trajetória da doença. Foi também considerado o princípio da autonomia, uma vez que a doente tinha expressado vontade em permanecer em casa, aceitando medidas de conforto e qualidade de vida. Conclusão: Neste caso, após discussão em equipa e com a família, foi tomada a decisão de suspender a alimentação e hidratação artificial. A reflexão bioética revela-se essencial na tomada de decisão perante problemas éticos complexos, sendo uma das competências nucleares das equipas especializadas em cuidados paliativos. PubDate: 2023-06-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2023.11692 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)
Authors:Tânia Vinhas Guerreiro, Ana Sofia Gorgulho, Liliana Quinto, Ana Cláudia Pereira, Fátima Marques Pages: 22 - 26 Abstract: Introdução: A conspiração do silêncio é muitas vezes vivenciada pelos profissionais de saúde no seu local de trabalho, configurando um dilema ético que abrange os pacientes e suas famílias. Objetivos: Promover uma reflexão sobre a conspiração do silêncio e os princípios éticos envolvidos. Materiais e métodos: Reflexão sobre um caso clínico com apoio de pesquisa bibliográfica. Discussão e identificação de problemas éticos: A reflexão ética permite-nos aferir que os quatro princípios bioéticos têm impacto na dinâmica familiar e devem ser promovidos pelos profissionais intervenientes. Desde o direito à liberdade na tomada de decisão, passando pelo acesso universal aos cuidados de saúde, assim como a ativação de respostas e serviços adequados às necessidades de cada situação, o não causar dano ao outro ou colocá-lo em risco, mas antes ajudar o outro a obter o que para si é benefício. Conclusão: A atuação em Cuidados Paliativos defende que sejam atendidas as necessidades dos pacientes e das suas famílias, agindo em conformidade com a necessidade de cuidados interdisciplinares. Os profissionais de saúde têm o papel fundamental de intervir na dinâmica familiar, de forma a respeitar os princípios éticos. Assim como aplicá-los na procura de soluções benéficas a todos os intervenientes. PubDate: 2023-06-01 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)
Authors:Juliana Ferreira Monteiro, Conceição Reisinho, Fernanda Carvalho Pages: 27 - 37 Abstract: Introdução: Ser pai ou mãe de uma criança à qual lhe foi diagnosticado um cancro acarreta um sem-número de expressões de emoções, sentimentos de revolta, culpabilidade. No entanto, com a evolução dos cuidados médicos e de enfermagem, há hipótese de os pais se tornarem cuidadores dos seus filhos, seja em parceria com os enfermeiros no internamento hospitalar, seja no próprio domicílio. A capacitação dos pais deverá ser orientada pelo paradigma da educação parental. Os cuidados por vezes são complexos, mas se os pais estiverem devidamente apoiados e capacitados poderão intervir com qualidade e melhoria da qualidade de vida familiar. Objetivos: Mapear e resumir a evidência científica assente na intervenção do enfermeiro na educação parental na doença oncológica pediátrica. Materiais e métodos: Elaboramos uma scoping review (ScR) assente em três questões de revisão: Quais os tópicos abordados pelo enfermeiro na educação parental na doença oncológica pediátrica' Em que momentos estes tópicos devem ser abordados' Quais as estratégias utilizadas pelo enfermeiro na educação parental na doença oncológica pediátrica' Resultados: Dos 1043 documentos encontrados, foram triados 48 artigos para integrar a revisão. Considerando as questões de revisão e a heterogeneidade dos resultados obtidos, definimos categorias de apresentação: recomendações e orientações transversais; tópicos a abordar; linha cronológica e estratégias de educação parental. Conclusões: A educação parental na criança com cancro é uma responsabilidade-core do enfermeiro de oncologia pediátrica. Os pais só estarão disponíveis e capazes para a aprendizagem após o ajuste emocional ao diagnóstico. PubDate: 2023-06-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2023.11741 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)
Authors:Ana Bertelo, Carolina Vargas Reis, Diana Almeida, Diana Lobo Corgas, Teresa Lopes Bruno Pages: 38 - 44 Abstract: Introdução: A esclerose lateral amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva e incurável, sendo a principal causa de morte a insuficiência respiratória. O tratamento é fundamentalmente de suporte, destacando-se a importância da ventilação não invasiva que permite prolongar a vida destes doentes, evoluindo muitas vezes para necessidade de ventilação mecânica (traqueotomia). Estes doentes apresentam um risco de suicídio maior comparativamente à população em geral. Nestes casos, o principal objetivo terapêutico é minimizar a morbilidade e maximizar a qualidade vida, desempenhando os cuidados paliativos um papel fundamental. Objetivos: Este artigo tem como objetivo a perceção da dificuldade da tomada de decisão em saúde numa doença progressiva e incurável, sob o desejo expresso de descontinuação de suporte ventilatório. Materiais e métodos: Análise de um caso real, sob uma perspetiva bioética e dos seus princípios fundamentais. Resultados: Desde o conceito de dignidade até à equidade, passando pelos princípios da autonomia, beneficência, não maleficência e justiça, entende-se que facilmente nos deparamos com dilemas éticos e difíceis tomadas de decisão que devem englobar não só estes aspetos, como a pessoa e a família de forma integral, para que haja um alívio efetivo do sofrimento na sua complexidade. Conclusão: Os dilemas éticos fazem parte da prática diária dos profissionais de saúde. É essencial investir numa comunicação sólida com o doente e família de modo a identificar a génese dos valores e desejos expressos, orientando a consequente tomada de decisão; só assim será possível defender o interesse último do doente, à luz dos princípios fundamentais da Ética. PubDate: 2023-06-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2023.11739 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)
Authors:Maria Bairos Menezes, Mara Arruda, Joana Cardoso, Natacha Meira, Bernardo Marques da Costa Pages: 45 - 50 Abstract: Introdução: A comunicação é uma competência fundamental em cuidados paliativos que permite estabelecer uma relação de confiança. A suspensão de uma terapêutica que não traga benefício para o doente constitui um desafio ético e deve ser ponderada com base nos princípios da bioética. Objetivo: Desenvolver uma reflexão com base nos princípios éticos sobre uma situação de omissão da verdade e futilidade terapêutica. Materiais e métodos: Reflexão ética com base num caso clínico, assente em pesquisa bibliográfica. Resultados: Os conflitos éticos presentes no caso exposto foram analisados com base na utilização de placebo, comunicação da verdade, futilidade terapêutica e gestão das emoções da família e equipa. Conclusões: A prática de atos terapêuticos fúteis colide com os princípios éticos. O benefício terapêutico deve ser individualizado para cada doente enquanto pessoa e deve respeitar os restantes princípios éticos de não maleficência, autonomia e justiça. Os conflitos são evitados estabelecendo uma relação médico-doente baseada numa comunicação eficaz, honesta e empática. PubDate: 2023-06-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2023.11780 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)
Authors:Maria Isabel Bessa Cruz de Sá e Lucas, Ana Rita Simões Rodrigues Marques, Inês Filipa de Matos Santos, Margarida Isabel dos Santos Costa Silva, Patrícia Alexandra Nunes de Oliveira Sardinha Pages: 51 - 55 Abstract: Introdução: Cuidados Paliativos eticamente conscientes representam desafios complexos, nomeadamente no que concerne à abordagem de sintomas refratários como a dor. A sedação paliativa tem sido objeto de intenso debate, já que envolve questões eticamente controversas, levando os profissionais de saúde, doentes e familiares a confrontarem-se com conflitos relativamente à sua iniciação. Objetivos: Promover uma reflexão bioética sobre a instituição de sedação paliativa em doentes em final de vida. Materiais e métodos: Tendo por base um caso clínico, pretende-se desenvolver uma análise bioética do tema da iniciação de sedação paliativa e sua complexidade, tendo por base a literatura e princípios éticos. Resultados: As reflexões éticas sobre sedação paliativa têm sido baseadas nos princípios do duplo efeito, proporcionalidade e autonomia. Estes salientam a intencionalidade do ato médico e a existência de razões proporcionais na escolha de sedação paliativa, considerando a decisão autónoma da doente. Os princípios da beneficência e não maleficência definem que a iniciação de sedação paliativa deve ser um ato benéfico para a doente e do qual resulte o menor dano possível. Os cuidados de saúde proporcionados devem ser justos e adequados à pessoa e sua situação clínica. Conclusões: Atendendo à conduta deontológica, a sedação paliativa é uma terapêutica eticamente permissível, que em nada se relaciona com suicídio medicamente assistido ou eutanásia. O processo de tomada de decisão sobre a sua instituição deve ocorrer como resultado do trabalho de equipa multidisciplinar, a partir da vontade e/ou consentimento da pessoa em fim de vida. A abordagem integral do doente é necessária, e a intervenção por uma equipa especializada em Cuidados Paliativos fundamental. PubDate: 2023-06-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2023.11722 Issue No:Vol. 15, No. 1 (2023)