Authors:Tânia dos Santos Afonso, Lurdes Martins, Manuel Luís Capelas Pages: 4 - 10 Abstract: Introdução: Quando se aborda a perspetiva de um doutoramento em Enfermagem é frequente a ideia de que tal representa a aspiração a uma mudança de carreira ou o início de uma vida profissional na academia. Simultaneamente, subsiste o desconhecimento, a ideia de que esta formação se dirige apenas a enfermeiros-chefes ou diretores, a falta de acessibilidade e mesmo a noção de distanciamento do que é a realidade dos contextos de cuidados. Objetivos: Apresentar a análise crítica e reflexiva do percurso de desenvolvimento de um doutorando em Enfermagem, contemplando questões frequentes e estratégias para uma concretização bem-sucedida. Promover a consideração desta opção por cada vez mais enfermeiros. Materiais e Métodos: A reflexão crítica sobre o percurso de desenvolvimento de um doutorando em Enfermagem aliada a uma breve revisão narrativa da literatura. Contemplam-se questões reunidas sobre o doutoramento, assim como estratégias para o sucesso na sua concretização. Resultados: A perceção dum doutoramento como um processo de transição ao longo do curso, contando que sobre o mesmo se enunciam um conjunto de sete questões/dificuldades e estratégias categorizadas em: organização, disciplina, curiosidade, resiliência, escrita, estratégia, motivação ou recompensa e divulgação. Destaque para a conceção de que a participação na mudança e na liderança em Enfermagem, a que se projeta na obtenção de resultados nos cuidados de enfermagem, é um elemento intrínseco ao título de Doutor em Enfermagem. Ser hoje Doutor em Enfermagem representa a evolução esperada da ciência de Enfermagem com o seu corpo próprio de conhecimentos, em criação de novos líderes e, acima de tudo, o contributo para o desenvolvimento dos sistemas de saúde. Conclusões: Esta análise possibilitou uma reflexão preponderante sobre os elementos facilitadores e inibidores da frequência e conclusão de um doutoramento em Enfermagem. Reforça, acima de tudo, este como um passo de crescente importância nos ganhos de competência, decisão e liderança dos enfermeiros no contexto de reforma da saúde. PubDate: 2022-07-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11697 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)
Authors:Francisco Neves, Maria Manuela Mendes, Filipa Veludo Pages: 11 - 23 Abstract: Introdução: Handoff consiste na transmissão de informações relevantes para a continuidade do tratamento ao doente e é uma forma de transmitir a responsabilidade pelo doente a outra equipa profissional. Sendo a qualidade dos cuidados e a segurança do doente os pilares fundamentais que orientam as nossas práticas, ainda existem aspetos a melhorar para podermos realizar um handoff eficaz. Objetivos: Identificar as barreiras a um handoff eficaz e os indicadores de resultados no handoff. Materiais e Métodos: Face à natureza da questão, e de acordo com o nível de evidência existente acerca da questão elaborada, optou-se pela realização de uma revisão sistemática da literatura. A pesquisa foi realizada no período entre 2008-2019, sendo a amostra composta por 22 estudos divididos pelas questões de investigação. Resultados: Foram identificadas 12 barreiras ao handoff nos oito estudos selecionados, divididas em três categorias: ambiente, informação e profissionais. Para os indicadores de resultado no handoff, foram identificados 12 indicadores nos 14 estudos selecionados, divididos em três categorias: relacionados com o doente, relacionados com o handoff e relacionados com os profissionais. Conclusões: Identificando as barreiras ao handoff eficaz, é possível implementar projetos de melhoria da qualidade tendo por base eliminar ou diluir as barreiras identificadas. Para a implementação de projetos de melhoria contínua são necessárias avaliações da eficácia das intervenções realizadas, identificando os fatores sensíveis à qualidade do handoff. PubDate: 2022-07-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11651 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)
Authors:Marta da Cruz Simões, Lina Maria Quintão Vale, Romana Filipa Gonçalves Cunha, Isabel Araújo Pages: 24 - 30 Abstract: Introdução: A paragem cardiorrespiratória é um evento crítico que cessa a circulação espontânea. Para restabelecer um fluxo sanguíneo capaz de manter os órgãos vitais viáveis são realizadas compressões torácicas, de forma manual ou através de um dispositivo mecânico. Objetivos: Analisar a evidência científica sobre o efeito do uso do dispositivo de compressão torácica mecânica LUCAS® em situação de paragem cardiorrespiratória. Materiais e Métodos: Revisão integrativa da literatura, com recurso às bases de dados eletrónicas PubMed, Medline, Cinahl e Cochrane, inserindo a equação: reanimação cardiopulmonar (cardiopulmonary resuscitation) AND compressão torácica mecânica (mechanical chest compression) AND LUCAS®, restringindo a pesquisa entre 2016, ano de lançamento da última versão do LUCAS®, e 2021, ano do início deste estudo. Foram aplicados dois critérios de exclusão: investigação realizada com recurso a animais, manequins ou simulações e estudos de revisão integrativa da literatura ou meta-análise. A colheita de dados compreendeu-se entre 7 de setembro de 2021 e 12 de novembro do mesmo ano. De 246 artigos obtidos e após aplicação dos critérios de exclusão foram selecionados 5 artigos. Resultados: Existe maior incidência de lesões músculo-esqueléticas e dos tecidos moles nas vítimas submetidas a compressões torácicas mecânicas. Ocorreu o retorno da circulação espontânea em maior número de vítimas reanimadas com o LUCAS® do que nas vítimas reanimadas com compressões torácicas manuais. A taxa de sucesso na reanimação cardiopulmonar foi menor nos casos reanimados com o LUCAS® e maior nas vítimas reanimadas com compressões torácicas manuais. A aplicação do LUCAS® implica custos mais elevados em termos de serviços de saúde e apoio social. As vítimas reanimadas com o LUCAS® apresentam pior prognóstico neurológico e mais complicações na fase pós-reanimação do que as vítimas reanimadas com compressões torácicas manuais. O tempo de internamento hospitalar, a necessidade de cuidados intensivos, a qualidade em saúde e o bem-estar emocional não apresentaram diferenças significativas quando comparados os grupos reanimados com compressões manuais ou com o LUCAS®. Conclusões: O recurso ao dispositivo de compressão torácica mecânica LUCAS®, durante uma paragem cardiorrespiratória, não evidencia mais vantagens para a vítima em comparação às CT manuais. Como limitações, verifica-se que as amostras são díspares no que diz respeito aos dois grupos de vítimas, existe falta de informação sobre o perfil dos participantes e é desconhecida a experiência e treino que as equipas têm relativamente ao dispositivo LUCAS®. PubDate: 2022-07-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11510 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)
Authors:Esther Angelica Luiz Ferreira, Cristina Ortiz Sobrinho Valete, Mayra de Fátima Martins de Oliveira, Stella Naomi Tanaka, Daniela Paschoalino, Nathália Fahl Cicotti, Sheyla Ribeiro Rocha Pages: 31 - 37 Abstract: Introdução: A comunicação de más notícias é parte essencial da atuação do profissional médico. Historicamente, alguns obstáculos se opõem a esta prática, sendo que transmitir uma má notícia de forma clara e empática, atendendo às necessidades individualizadas dos pacientes, exige preparação e pode ter auxílio de protocolos. Objetivos: O objetivo do estudo é compreender como os profissionais de saúde lidam com a comunicação de más notícias e qual a sua autopercepção de aptidão para esta comunicação. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo do tipo survey. A população do estudo foi constituída por médicos que atuavam num hospital terciário e que responderam a um questionário no período de setembro a dezembro de 2018. A amostra foi de conveniência. Resultados: Embora a maioria dos 109 médicos atuasse em emergência e grande parte entendesse que deveria comunicar a má notícia ao paciente, assim como à sua família, 17,4% relataram que raramente faziam este tipo de comunicação, e a maioria desconhecia um protocolo, sendo que 71% dos profissionais se consideraram aptos a comunicar más notícias. Conclusões: Entende-se que há lacunas na autopercepção dos médicos sobre comunicar más notícias. Esses achados demonstram que existe a necessidade de medidas educativas nesta temática. PubDate: 2022-09-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11478 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)
Authors:Ana Isabel Leal Maurício Gonçalves Martins, Patrícia Pontífice Sousa, Rita Margarida Marques Pages: 38 - 47 Abstract: Introdução: A investigação-ação engloba um conjunto de processos e técnicas que concorrem para um ciclo de mudança e reflexão, revelando-se desafiadora na investigação em enfermagem. Objetivo: Mapear as teses de doutoramento em enfermagem de abordagem metodológica de investigação-ação em Portugal. Materiais e Métodos: Investigação documental, com acesso a 275 teses de doutoramento em Enfermagem, realizadas em Portugal até 2021, disponíveis nos repositórios digitais abertos das universidades portuguesas, com o método de investigação-ação identificado como método utilizado. Resultados: Identificaram-se 21 teses de doutoramento com estudos de investigação de abordagem metodológica investigação-ação, sendo que a análise realizada teve em conta: a) participantes – maioritariamente adulto e idoso, b) nível de participação – maioritariamente colaborativa, c) área de cuidados de saúde – maioritariamente a área de enfermagem médico-cirúrgica, d) contexto – rimordialmente hospitalar, e) modelo utilizado – ausente na maioria dos estudos, e f) técnicas de recolha de dados – destaca-se o uso de questionários e entrevistas semiestruturadas. Conclusão: A investigação com recurso ao método de investigação-ação, ainda que em percentagem reduzida, permite a reflexão sobre a ação e mudança em contextos reais, na evolução do conhecimento enquanto disciplina, bem como para a melhoria da qualidade dos cuidados. PubDate: 2022-07-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11420 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)
Authors:Ana Sofia Silva, Maria Lúcia da Rocha, Luís Sá Pages: 48 - 54 Abstract: Introdução: A profissão de enfermagem, nomeadamente na área dos cuidados intensivos, acarreta um elevado desgaste físico, e sobretudo psicológico, prejudicando a qualidade e a segurança dos cuidados. Com a finalidade de mapearmos a evidência científica na temática, foi estabelecida a seguinte questão de investigação: “A segurança do doente é influenciada pelo burnout sentido pelos enfermeiros que trabalham em unidades de cuidados intensivos'”. Objetivos: Identificar as causas de burnout em enfermeiros de Unidades de Cuidados Intensivos (UCI); identificar as repercussões do burnout na segurança do doente; identificar estratégias minimizadoras/preventivas do burnout. Materiais e Métodos: Revisão integrativa da literatura com recurso à consulta de bases de dados. A busca dos artigos aconteceu no dia 24 de janeiro de 2021, recorrendo à EBSCOhost Web, B-on e Google Académico. Resultados: Foram selecionadas seis produções científicas que demonstram as causas, implicações do burnout na segurança do doente em UCI e estratégias minimizadoras/preventivas do burnout. Conclusão: A análise dos artigos selecionados revela a existência de diversas causas de burnout e a associação entre o mesmo e a segurança do doente em UCI. É fundamental o planeamento de estratégias e o desenvolvimento de uma cultura de segurança voltada para o doente e para os enfermeiros no sentido de promover cuidados seguros. PubDate: 2022-07-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11623 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)
Authors:José Moreira, Susana Miguel, Ana Frade Pages: 55 - 59 Abstract: O consentimento informado é um dos pilares da investigação e considerado imperativo numa perspetiva ética. Atendendo aos respetivos princípios e ao processo de investigação cada vez mais rigoroso, responsável e complexo, torna-se desafiante a reflexão sobre a sua validade na perspetiva ética e deontológica. Assistimos ao rápido desenvolvimento do conhecimento na biomedicina e, associado a uma inovação tecnológica sem prece- dentes, verifica-se uma maior complexidade dos estudos e, consequentemente, do consentimento informado. Considera-se, portanto, a simplificação e validação das informações a serem transmitidas ao participante, a possibilidade de prorrogação do prazo para esclarecimento de possíveis dúvidas, a utilização de ferramentas de apoio e a otimização da comunicação por parte dos pesquisadores. Outros aspetos a ter em linha de conta pelos investigadores são os termos excessivamente técnicos, as informações de difícil interpretação, esclarecimento resumido, culturas diferentes e as ideologias sociopolíticas. Dadas as várias dimensões jurídicas do consentimento, demonstra-se a relevância do exercício livre e informado dos direitos previstos na lei, no desenvolvimento científico em saúde. Além de ser uma oportunidade de comunicação efetiva, o consentimento informado deve ser baseado numa relação de confiança entre o investigador e o participante, baseada em princípios éticos. Estes são essenciais para o desenvolvimento de investigações racionais e robustas, orientando de alguma forma o trabalho a ser desenvolvido pelos investigadores, baseando-se nos princípios da beneficência, não maleficência, justiça, autonomia e precaução. Assim, o participante assume um papel ativo no sucesso ou inviabilidade da investigação, cabendo aos investigadores respeitar uma decisão livre e esclarecida. PubDate: 2022-07-01 DOI: 10.34632/cadernosdesaude.2022.11469 Issue No:Vol. 14, No. 2 (2022)