Authors:Sesan Michael Johnson Pages: e203137 - e203137 Abstract: Os trabalhos existentes sobre mortes na Nigéria foram feitos sem muito foco crítico em como o público respondeu à política de emergência ou às intervenções do governo em tempos de pandemia. Fundamentalmente, esta é a lacuna que este trabalho de pesquisa se propõe a preencher. Este artigo enfoca os eventos de dor, luto e luto após mortes relacionadas à COVID-19. Assim, este artigo analisa mais as interseções entre a COVID-19 e o discurso da morte, expondo e interrogando as variâncias, ambiguidades, ambivalências, corolários e paradoxos em meio a conversas complicadas de saúde pública. A pesquisa empregou fontes primárias e secundárias. As fontes primárias incluem crenças africanas, relatos de jornais sobre pandemias passadas e atuais; e narrativas de rádio, televisão e mídias sociais. As fontes secundárias incluem revisões da literatura existente sobre mortes e pandemias. A análise histórica é essencialmente utilizada neste artigo. Este artigo identifica duas categorias de "cadáveres" criados durante esta pandemia de COVID-19. A primeira categoria são os «Cadáveres Pandémicos» (APO) e a segunda categoria é «Cadáveres Não Pandémicos» (nPDB). Variados concomitantes que caracterizam "cadáveres pandêmicos", incluindo estigmatização, apatia, alterização, ambiguidades, genderização, demografia, politização, contestações e armamento são interrogados a partir de perspectivas sócio-históricas. Aumentar o estresse das famílias enlutadas são questões em torno de mortes, já que os enterros são adiados ou realizados dentro das restrições dos protocolos COVID-19 do Centro Nacional de Controle de Doenças (NCDC), muitas vezes com a presença de um número limitado de familiares do falecido. Assim, as dores e tristezas não são apenas sobre a perda dos entes queridos, mas a incapacidade de dar-lhes um enterro condizente, uma vez que os nigerianos adoram celebrar a liminaridade de seus entes queridos para a eternidade. Da mesma forma, o luto antecipatório tornou-se mais agregado e agravado no país no contexto da maneira de anunciar a morte de poucos políticos populares que morreram em decorrência da COVID-19. Fundamentalmente, esses ônus problemáticos, nuances e intrigas sobre mortes em tempos de pandemia de COVID-19 são historicizados. Este artigo conclui que as dores, o luto, a tristeza, a morte e o sepultamento são historicamente constituídos e configurados em relação às interações sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe203137
Authors:António Bai Sitoe Júnior Pages: e203471 - e203471 Abstract: Com a pandemia de COVID-19, considerar práticas de governação que prezam o distanciamento social e asseguram a transparência e a prestação de contas dos governos como principais nas democracias foi uma emergência. Apesar de o governo electrónico constituir um fenómeno de décadas e prática em alguns Estados, no contexto da COVID-19, mostrou-se uma avenida significativa para a prestação de contas em todos os Estados democráticos. Nesse sentido, esta pesquisa procurou compreender como os governos de Moçambique foram responsivos ao cidadão no quadro da pandemia da COVID-19 por meio dos seus portais. Para atender a esses objetivos, recorremos à observação assimétrica nos portais dos governos, pela qual, constatamos que os governos de Moçambique não foram cumpridores dos requisitos analisados, e continuam utilizando métodos tradicionais, que, no quadro da COVID-19, colocam em risco a boa governação e desenvolvem ações ligadas à corrupção. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe203471
Authors:Jardel Pereira Fernandes Pages: e204409 - e204409 Abstract: Este artigo pretende refletir sobre a presença de memórias de guerra em Janela de Sônia, de Manuel Rui. São memórias que permitem pensar a aproximação entre os campos interdisciplinares da literatura e da psicologia. São evocadas memórias traumáticas a partir das experiências dos personagens. O enredo se passa em Angola, num cenário marcado por guerras pela independência colonial, bem como pós-coloniais, notadamente as guerras civis, as quais se conformam como traumas históricos que marcam as vidas das personagens. Buscou-se em autores como Jeanne Marie Gagnebin e; Márcio Seligmann-Silva o embasamento teórico para análise da obra. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe204409
Authors:Marina de Mello e Souza Pages: e206224 - e206224 Abstract: Existentes no antigo Congo, na África Centro-ocidental, imagens de Santo Antônio foram lá confeccionadas e utilizadas de formas particulares. Quando relacionadas a esse contexto, pequenas imagens de Santo Antônio feitas no Vale do Rio Paraíba paulista ganham novos sentidos, só perceptíveis quando são consideradas as culturas de origem dos escravizados para lá levados. Este artigo atualiza a análise já feita pela autora em artigo anterior, trazendo novas informações acerca das circularidades atlânticas que uniram o sudeste paulista à África Centro-ocidental. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe206224
Authors:Marina Gadelha, Adriano Guedes Carneiro Pages: e203360 - e203360 Abstract: Este artigo tem por objetivo analisar e comparar Wazi, de Rogério Manjate, um dos livros que compõe a coletânea “Contos de Moçambique”, com a versão original do conto, a fim de investigar o contexto histórico e social moçambicano em que estão inseridas as histórias recontadas. Pois, nessa obra em particular, Manjate opta por realizar uma ruptura com a versão original. Wazi é uma criança que vai caçar com o avô e este lhe avisa para jamais comer os frutos do lado direito do caminho. A ordem dada pelo mais velho e a palavra confirmada por Wazi são pontos fundamentais no conto para se compreender o tabu na tradição moçambicana. Diante da maldição atribuída ao menino, é possível se discutir o perspectivismo a partir do pensamento de Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Toyin Falola, Eduardo Viveiros de Castro, Davi Kopenawa, entre outros. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe203360
Authors:Milca Salem dos Santos Silva, Rubilson Velho Delcano Pages: e203596 - e203596 Abstract: Este trabalho se propõe a problematizar e descortinar os movimentos analítico-historiográficos que acompanham as disputas de narrativas em torno das diferentes imagens do mais conhecido imperador zulu, Shaka kaSenzangakhona. Sabe-se que os discursos sobre o Império Zulu e o legado de Shaka, inicialmente, emergiram dos relatos de viajantes e administradores coloniais, depois, utilizados por historiadores exógenos e brancos que, nas suas formulações centrais, interpretaram a figura de Shaka como um déspota irracional e sedento por sangue. No entanto, por outro lado, o texto problematiza, também, as percepções contemporâneas sobre a figura de Shaka, recuperando a narrativa de como os historiadores e os movimentos sociais e intelectuais políticos da África do Sul passaram a se dedicar à “questão nativa”, descontruindo e reconstruindo os relatos sobre a história do Império zulu. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe203596
Authors:Luís Filipe Correia Henriques Pages: e204503 - e204503 Abstract: Este estudo pretende identificar a mensagem política de Cenas de África' Romance Íntimo, de Pedro Félix Machado, autor angolano do século XIX. Publicada em 1892, pouco depois do Ultimato, a obra, originalmente um folhetim e com as características do género, critica os aspectos censuráveis da colonização portuguesa de Angola: a escravidão e o trabalho forçado, os maus-tratos dos escravos e libertos, o mau carácter dos colonos, a deficiência da política metropolitana e a falta de instrução e de educação dos luandenses, nomeadamente das elites sociais e económicas. Não propondo um corte radical entre Portugal e a sua colónia, o romance de Pedro Machado defende o reforço do esforço civilizador metropolitano em Angola. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe204503
Authors:Joanízia Feitósa de Souza, Ariadne Lopes Ecar Pages: e204088 - e204088 Abstract: Esta pesquisa tem por objetivo pensar o racismo no Brasil contemporâneo que é um país com multiplicidade étnica e racial. Analisamos como se apresenta a democracia no contexto racial, apoiando-se principalmente nas obras de autores negros como Kabengele Munanga, Silvio de Almeida, Frantz Fanon, Sueli Carneiro, bell hooks e Neusa Santos Souza. Buscamos, a partir da reinterpretação de narrativas históricas, analisar o pensamento crítico de escritoras e escritores negros como uma resposta à desigualdade racial e opressões a partir de suas perspectivas e vivências. Consideramos a necessidade de reparação histórica e políticas públicas para enfrentamento ao racismo, observamos os efeitos das cotas raciais em relação ao acesso ao ensino superior. O objetivo central da pesquisa realizada foi provocar discussões acerca da problemática racial no Brasil, como um símbolo de resistência que possa ser transformado em reparação contra o apagamento histórico, em resposta à democracia racial brasileira que é fracionada e excludente contra os grupos racializados. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe204088
Authors:Duana Ravena dos Santos Vieira, Jannyelle de Souza Correa Pages: e195694 - e195694 Abstract: A produção artístico-literária está diretamente ligada ao contexto histórico-social e se constitui como uma forma de representação da sociedade em que se vive. Neste artigo propomos questões importantes sobre o espaço das autoras afro-brasileiras nas salas de aula do Brasil, na percepção de estudantes do Mestrado Profissional em Letras da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), que cursaram a disciplina Memórias, Histórias e Identidades Culturais Afro-Brasileiras. Evidenciamos três autoras afro-brasileiras que foram estudadas na disciplina em questão e ressaltamos a importância de suas obras chegarem às salas de aula do Brasil, considerando a representatividade e a necessidade real de dar voz às minorias tão prejudicadas ao longo da história, diante da construção e do fortalecimento de um cânone literário branco e masculinista. Para fundamentar este artigo, contamos com os(as) autores(as): Assis Duarte, Cuti, Kabengele Munanga e Ngozi Adichie Chimamanda. Neste texto, após apresentarmos as autoras afro-brasileiras, compartilhamos recortes de entrevistas com professores de língua portuguesa sobre o espaço que essas figuras têm nas salas de aula que frequentam, pois é preciso combater o silenciamento sofrido por essas autoras durante a formação da nossa sociedade e, consequentemente, da nossa literatura. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe195694
Authors:Peti Mama Gomes Pages: e203526 - e203526 Abstract: ABRANTES, Carla Susana Alem. Os futuros portugueses: um estudo antropológico sobre a formação de especialistas coloniais para Angola (1950- 1960). 1. ed. – Rio de Janeiro: Mórula, 2022, 324 p. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe203526
Authors:Fernanda Pinto de Almeida Pages: e206247 - e206247 Abstract: O planejamento urbano da Cidade do Cabo, na África do Sul, bem como as políticas de segregação racial que o nortearam, informaram a construção de cinemas do distrito central e a zona informalmente conhecida como “Cinelândia”, onde se concentraram cineteatros racialmente restritos e elitizados. Este artigo aborda a segregação do lazer através da construção e demolição, em 1972, do Cinema Alhambra, também conhecido como “Mother Theatre”, como uma lente para as transformações do centro da cidade e para compreender a relação da cidade com o litoral e o acesso ao mar. O artigo identifica três momentos-chave que influenciaram essas múltiplas configurações entre públicos de cinema, o mar e a cidade, e como essas foram fundamentais na articulação de projetos estéticos concorrentes na reformulação do espaço publico urbano. O artigo sugere que o cinema oferece uma lente importante para reconhecer as conexões marítimas da cidade, com a construção do litoral e do píer no início do século XX, por meio da importação de filmes europeus e da identificação do cinema com seus laços comerciais imperiais. Num segundo momento, a partir da década de 1930, a cidade passa por transformações nas suas “paisagens cinemáticas”, que renuncia o mar e se volta para o interior, rompendo laços simbólicos metropolitanos e justificando remoções violentas de bairros negros do centro com a inauguração de um “centro cívico” nacionalista Africâner. Por fim, a demolição do Alhambra e construção de um cineteatro nacional demonstra como os cinemas participaram na imaginação de um público nacional e uma topografia racial que até hoje informam a nostalgia pelo cinema. PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe206247
Authors:Tania Celestino de Macedo, Laura Moutinho, Marina de Mello e Souza, Alex de Campos Moura, Francisco Carlos Palomanes Martinho Pages: e208616 - e208616 PubDate: 2022-12-22 DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i43pe208616