Authors:Ana Rita Vidica Fernandes, Karine do Prado Ferreira Gomes, Maurício Reis Araújo, Pollyanna de Oliveira Brito Melo Pages: 15 - 38 Abstract: Este artigo apresenta o percurso de quatro pesquisas realizadas a partir do diálogo com imagens fotográficas, realizadas por discentes e uma docente do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Goiás. A apresentação das quatro pesquisas tem o objetivo de colocar em questão possibilidades de reflexão “com” imagens, em específico, fotografias, a fim de percebê-las além do seu conteúdo visual de modo isolado, mas ver o circuito de relações que travam no ambiente cultural e social, sendo acessadas por diferentes “portas de entrada”, ou seja, seus modos de produção, circulação e sua audiência. Conclui-se a potência destas maneiras de acesso e possibilidades de pesquisa em que a imagem não tem um significado pronto e encerrado em si mesma. Em contrapartida, as imagens estão permanentemente abertas a diferentes olhares, gerando um conhecimento que vai além da perspectiva representacional.
Authors:Allan Gomes de Lorena, João Dantas dos Anjos Neto Pages: 39 - 58 Abstract: A partir de uma experimentação com a escrita onde arte, etnografia e imagem se encontram, o objetivo é especular sobre os limites do corpo, dando centralidade ao pensamento negro radical na reconfiguração de histórias e narrativas que ainda serão contadas. Trata-se de um movimento de produção do conhecimento. Se a imagem é sempre aquilo que é visto materialmente. Então, como manifestar o estado mais imaterial da imagem' Esse manifesto é uma pro/posição para criar novas imagens sobre a relação corpo e pandemia. É compromisso estético para criar mundos de vida ao invés de tantos mundos de morte para as pessoas negras. PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p39-58 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)
Authors:Eder Malta Pages: 59 - 96 Abstract: Este artigo apresenta itinerários de pesquisas que resultaram na criação de um banco de imagens do cotidiano urbano. Nosso objetivo é analisar as sociabilidades em tempo lento, presentes na cotidianidade acelerada das metrópoles. Nos procedimentos de pesquisa em sociologia urbana consideramos o uso de imagens um dos recursos centrais para se capturar a dinâmica dos usos cotidianos dos espaços e das expressões da cultura urbana. Dessa forma, o recorte metodológico segue a abordagem qualitativa com recurso da pesquisa iconográfica que resultou na criação de um banco de imagens fotográficas do cotidiano urbano nas áreas centrais revitalizadas das cidades de Belém (Brasil) e Santiago (Chile). O artigo divide-se em 3 partes, onde se discute na primeira parte sobre o reconhecimento da dimensão visual pelas ciências sociais a partir da incorporação de novos temas, estratégias e objetos de pesquisa em torno da problematização das mudanças culturais da sociedade contemporânea; e nas duas últimas, apresentamos nosso incurso nas cidades de Belém e Santiago e os registros de suas paisagens, práticas e sociabilidades cotidianas. Em torno de construir um olhar sociológico da imagem, argumentamos que o significado da imagem se revela para além do foco das lentes: os enigmas do cotidiano e da cultura urbana contemporânea. PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p59-96 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)
Authors:Leandro Bessa Pages: 97 - 122 Abstract: Este artigo propõe uma leitura de Diadorim – Menino, vestido de jagunço, que se apresenta em toda a sua vida relatada como um bravo guerreiro, mas que se revela, enquanto morto, em um corpo de mulher – como uma imagem inapreensível do Grande sertão: veredas (1956), romance de João Guimarães. Nosso objetivo é investigar as noções de imago movente e aparição como fórmula criativa que permitiu a elaboração estética da personagem pelo autor. Gesto que contribui para a reminiscência da personagem tanto na obra (no quadro ficcional) quanto no tempo (na cultura, nas releituras e transcriações artísticas como HQs, cinema, teatro etc.). A noção de imago movente acompanha o procedimento metodológico da imagem carregada de força e vida própria, pensada numa corrente teórica que compreende a imagem enquanto movimento: Walter Benjamin (2009; 2012), Hans Belting (2011) e Didi-Huberman (1998; 2013; 2015). Verificamos com essa leitura, que questões polêmicas do nosso tempo se interconectam com temáticas do romance, atualizando, assim, a obra e ampliando o seu circuito de sentidos em um constante movimento de mudança e preservação. PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p97-122 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)
Authors:Erna Barros Pages: 123 - 139 Abstract: A identificação de espaços hostis à presença das mulheres no ambiente público da cidade é trabalhada neste artigo como forma de refletir acerca da resistência das grafiteiras a estes espaços através da reinvindicação de uma agência na cidade por meio das imagens dos graffitis. A proposta é uma observação do graffiti como fenômeno urbano em diálogo com a estrutura da cidade, e um olhar sob esta cidade como espaço de disputas a partir de uma perspectiva de gênero. Para isso, busca-se como metodologia o registro fotográfico de intervenções na cidade de Aracaju-SE e a disposição dessas imagens em pranchas, a partir da metodologia da fotoetnografia em Robinson Achutti (1997) e das imagens postas em relação, Segundo Didi-Huberman (2010). PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p123-139 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)
Authors:Josué Ferreira Gomes, Tatiane Hilgemberg Figueiredo Pages: 140 - 177 Abstract: O jornalismo precisou se reinventar na pandemia da Covid-19 e deu aos profissionais da imprensa um dos maiores desafios, até agora, das últimas duas décadas. Este artigo busca analisar a narrativa da campanha “Fatos e Pessoas” criada pela Rede Globo e exibida no Jornal Nacional, observando a constituição de uma identidade para os jornalistas que fazem parte da cobertura da crise sanitária visando sensibilizar os telespectadores sobre o trabalho midiático, reposicionando uma identidade jornalística em meio a constantes ataques aos comunicadores, liderados pelo presidente Jair Bolsonaro. Concluímos que a campanha não apenas buscou dar lugar de prestígio ao jornalismo, mas humanizar o contexto pessoal dos profissionais, enaltecendo os elos familiares e aproximando a realidade dos repórteres com as pessoas que estavam em casa. PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p140-177 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)
Authors:Bruno Henrique Souza de Jesus Pages: 179 - 211 Abstract: O presente artigo tem como objetivo investigar como o consumo de violência acarreta na legitimação de mortes e sofrimento na sociedade. O método empregado para realizar tal investigação foi a etnografia em mídias sociais, o trabalho de campo foi realizado durante três meses em grupos de Whatsapp que alimentavam páginas e jornais policialescos do estado de Sergipe. O artigo é dividido em três partes: a primeira contextualiza a presente etnografia em um contexto maior que a mídia expôs a sociedade brasileira; a segunda aborda uma discussão teórica sobre a importância do luto para pensar a sociedade e sua relação com as imagens; e, a terceira discute o material empírico, dividido em subitens que refletem sobre a produção de corpos descartáveis, sobre linchamentos, violência do Estado e caça aos rostos expostos em imagens. Como resultado, foi possível observar que os discursos produzidos por esses grupos de consumo de violência se dividem em discursos de banalização da violência e estigmatização que atingem a certos estratos da sociedade (assim como o homem negro e outras populações periféricas) e, discursos de intervenção, que surgem pela excitação ao ver violência policial ou pedir para que os policiais realizem ações com mais violência. PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p179-211 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)
Authors:Lucas Alves Caetano, Adriane Geralda Alves do Nascimento Cézar, Mayllon Lyggon de Sousa Oliveira Pages: 212 - 242 Abstract: Este trabalho traz uma análise de como o envelhecimento é visto por três mulheres trans jovens. Objetiva-se compreender esse processo para suas vidas, considerando que o Brasil, de acordo com dados da Agência Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), é o país que mais mata pessoas trans no mundo. A expectativa de vida das mulheres trans no país é de 35 anos. O trabalho faz um estudo bibliográfico sobre os conceitos de identidade e diferença a partir dos estudos culturais britânicos, e sobre sexo, gênero e sexualidade a partir das teorias feministas. Metodologicamente, a pesquisa tem abordagem qualitativa, exploratória e se utiliza da entrevista em profundidade, por meio de um questionário semiestruturado. As entrevistadas, jovens trans entre 20 e 25 anos foram selecionadas a partir de contatos efetivados durante a Caminhada Trans, realizada em setembro de 2022, em Goiânia. Como resultado, essas mulheres trans veem a velhice, antes de tudo, como um objetivo, dado a expectativa de vida do grupo, elas também a percebem como uma incerteza, por reconhecerem as violências físicas e simbólicas impostas à essa população. PubDate: 2023-05-05 DOI: 10.21665/2318-3888.v10n20p212-242 Issue No:Vol. 10, No. 20 (2023)