Authors:Regina Alves, José Precioso Pages: 5 - 17 Abstract: Entre os inúmeros fatores de influência social, os/as estudantes universitários/as são sensíveis aos comportamentos dos seus pares, sendo este considerado um preditor psicossocial robusto do consumo de substâncias psicoativas. O objetivo deste estudo prendeu-se com a análise da influência dos pares consumidores de substâncias psicoativas no consumo dessas mesmas substâncias por estudantes universitários. Este é um estudo transversal com uma amostra probabilística (n = 840) de estudantes universitários portugueses. Os dados foram recolhidos através de um questionário de autorelato anónimo e previamente validado composto por questões acerca dos consumos de substâncias psicoativas e dos consumos dessas substâncias pelos seus pares. Os resultados identificaram uma elevada prevalência de consumo de substâncias psicoativas (20.1%, 22.2% e 60.0% dos/as estudantes era fumador, consumidor de drogas ilícitas e apresentava um consumo excessivo de álcool, respetivamente). A maioria dos/as estudantes inquiridos/as referiu ter amigos/as consumidores/as de tabaco (84.8%), de drogas ilícitas (52.3%) e de álcool (93.9%). O consumo de substâncias psicoativas associou-se positivamente com ao consumo de substâncias psicoativas pelos pares. Estes resultados têm implicações práticas na investigação e intervenção em educação para a saúde no Ensino Superior. Por um lado, mostra a importância das instituições de ensino superior monitorizarem regularmente os comportamentos não-saudáveis e, por outro lado, que os programas de intervenção deverão capacitar os estudantes na tomada de decisões conscientes e positivas, promovendo o desenvolvimento de competências de regulação das emoções e a participação ativa das redes sociais mais próximas. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8912 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Ana Paula Monteiro, Elisete Correia , Sara Guedes Pages: 18 - 30 Abstract: O aumento da popularidade, quer das novas tecnologias, quer da Internet, tem dado oportunidade ao surgimento de novas formas de violência. O ciberabuso no namoro representa uma nova forma de violência no namoro, tendo o mesmo vindo a ganhar dimensões preocupantes. Assim, este estudo tem como objetivos caraterizar a prevalência do ciberabuso no namoro, estudar a relação entre o ciberabuso no namoro e a autoestima, e averiguar se existem diferenças no ciberabuso no namoro consoante o tempo de duração da relação. Participaram 894 estudantes do ensino superior com idades compreendidas entre os 17 e os 56 anos (M = 21.27, DP = 3.69). Foram aplicados um Questionário Sociodemográfico, o Questionário sobre Ciberabuso no Namoro e a Rosenberg Self-Esteem Scale. Os resultados obtidos indicaram que mais de 50% dos participantes sofreram e/ou perpetraram ciberabuso no namoro, verificando-se uma prevalência superior de ciberabuso no namoro por controlo. A autoestima relacionou-se significativamente com alguns fatores desta tipologia de violência, verificando-se ainda que indivíduos que nunca tinham sido vítimas de ciberabuso no namoro, bem como aqueles que nunca tinham perpetrado ciberabuso no namoro, apresentaram uma autoestima mais baixa. Por fim, observou-se que os participantes que estavam há mais tempo numa relação praticaram mais atos de agressão por controlo. Assim, parece pertinente adotar medidas de consciencialização acerca deste fenómeno. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8910 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Bárbara Costa, Margarida Simões, Inês Carvalho Relva, Maria da Conceição Azevedo Pages: 31 - 44 Abstract: A presente investigação procurou explorar a relação entre ciberabuso no namoro e sensibilidade moral numa amostra de estudantes universitários. A amostra foi constituída por 239 estudantes universitários com idades compreendidas entre os 17 e os 49 anos (M = 21.50; DP = 4.70). Foram utilizados como instrumentos a Escala de Sensibilidade Moral (ESE), o Questionário sobre Ciberabuso no Namoro (CibAN) e um questionário sociodemográfico. Os principais resultados sugerem que existem diferenças em função do sexo nas dimensões Ler e Expressar Emoções, Tomar Perspetiva dos Outros, Cuidado ao conectar-se com outros e Gerar Interpretações e Opções, sendo que o sexo feminino, de um modo geral, apresentou níveis superiores comparativamente ao sexo masculino. Relativamente à variável ciberabuso no namoro, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em função do sexo nas dimensões vitimação – agressão direta e perpetração – agressão direta, sendo que o sexo masculino apresentou maior pontuação face ao sexo feminino em ambas. Verificaram-se ainda correlações negativas significativas entre dimensões do ciberabuso e dimensões da sensibilidade moral. Face aos resultados evidenciados, considera-se de extrema relevância a implementação de programas de intervenção direcionados para o desenvolvimento de competências ligadas à sensibilidade moral pois estas parecem permitir o desenvolvimento de comportamentos pró-sociais, contribuindo assim para a diminuição de comportamentos desviantes. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8911 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Odete Conceicao Cadete, Célia Oliveira, João Lopes Pages: 45 - 60 Abstract: A indisciplina na sala de aula constitui uma das maiores preocupações para os intervenientes no processo educativo (professores, gestores de estabelecimentos de ensino, pais) e para a sociedade em geral. Este estudo tem dois objectivos essenciais: análise da relação entre variáveis de gestão da sala de aula e percepção de indisciplina; análise de perfis de resposta de professores, no que concerne à responsabilização pela indisciplina na sala de aula. Participaram no estudo 800 professores angolanos do ensino primário e secundário. Foi utilizado o Questionário de Indisciplina Percebida (Lopes & Oliveira, 2017) e a Behavior and Instructional Management Scale (Martin & Sass, 2010) para avaliar a percepção de indisciplina e a gestão da sala de aula, respectivamente. Os resultados mostram que os professores consideram que pais e alunos são os principais responsáveis pela indisciplina em sala de aula. Verificou-se ainda uma associação entre a gestão de sala de aula e atribuições de responsabilidade pela indisciplina. A análise de perfis evidencia, igualmente, padrões específicos de resposta, de professores que reportam muita, pouca e alguma indisciplina, quanto à atribuição de responsabilidades pela indisciplina. Estes resultados salientam a importância de considerar a gestão de sala de aula no estudo do comportamento dos alunos, em particular da indisciplina em sala de aula, e da perceção dos professores acerca da mesma. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8914 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Soraia Pereira, Maria do Ceu Taveira, Ana Daniela Silva, Joana Soares Pages: 61 - 73 Abstract: A Pandemia Covid-19 é um evento inesperado, imprevisível e gerador de múltiplos desafios e dificuldades aos indivíduos, nos mais variados contextos da sua vida, incluindo a vida académica e a carreira mais geral. Com este estudo pretendeu-se identificar e priorizar as necessidades de apoio psicoeducacional de estudantes universitários, em tempos de pandemia COVID-19. Participaram 261 estudantes portugueses, de ambos os sexos (n = 209, 80,1% mulheres), com idades entre os 18 e os 50 anos (M = 22,17, DP = 4,36), a frequentar cursos de licenciatura (n = 138, 52,9%) e de pós-graduação (123, 47,1%), em diferentes domínios e instituições de ensino superior, com saliência da região norte do país (n = 187, 71,6%). Registou-se maior necessidade de apoio em questões relacionadas com o estudo individual, a avaliação do desempenho, gestão do tempo, a compreensão de interesses e competências, e as escolhas de carreira. Os resultados de uma ANOVA bifatorial indicam um efeito principal do nível académico e um efeito de interação do nível académico e do ciclo de estudos, nas preocupações de aprendizagem. Nos estudantes com média académica superior, são os estudantes de licenciatura quem apresenta mais necessidades de apoio à aprendizagem, quando comparados com os de pós-graduação. Nos estudantes universitários com média académica inferior, registou-se o padrão de resultados inverso. No que toca às modalidades de apoio preferidas, os estudantes registaram maior interesse pelo aconselhamento individual e pelas oficinas. Os resultados deste estudo podem orientar a investigação e intervenções de carreira com estudantes universitários, em contexto pandémico e pós-pandémico. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8895 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Gabriel Iglesias-Caride, José Domínguez-Alonso, Rubén González-Rodríguez Pages: 74 - 89 Abstract: El presente estudio pretende conocer si la ubicación del centro educativo al que acuden los adolescentes determina el uso de videojuegos de esta población. Este trabajo se integra dentro de una investigación de carácter cuantitativo de tipo descriptivo, que cuenta con una muestra total de 708 adolescentes cursando o bien educación secundaria o bachillerato en el momento de la recolección de datos, con edades comprendidas entre los 12 y los 18 años (M: 13.81; DT: 1.25). Se utilizó un cuestionario con ítems de variables personales, académicas y uso de videojuegos. Los resultados obtenidos muestran que aquellos jóvenes que acuden a un centro urbano refieren que los videojuegos son la principal ocupación de su tiempo libre en mayor medida que los que acuden a centros rurales. El primer colectivo refiere tanto más años dedicados como más horas invertidas a este tipo de divertimento, especialmente durante la semana lectiva. En lo referente a la plataforma preferida de juego, emergen preferencias similares, ocupando el primer lugar el móvil o Tablet y la consola conectada a televisión. Finalmente, los jóvenes rurales prefieren hacer uso del videojuego Among Us, mientras que los urbanos, Fortnite, mostrando ambos grupos gran preferencia por juegos online multijugador. A modo de conclusión, es interesante contrastar datos sobre uso de videojuegos en población rural y urbana para conocer cómo se interrelacionan dos realidades actuales: por un lado, la expansión paulatina del mundo de videojuego, y, por el otro, la realidad de la brecha digital entre los ámbitos urbano y rural. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8901 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Agustín Godás, Jesús García-Álvarez, Noemí Castelo Veiga Pages: 90 - 102 Abstract: En este estudio se ha implementado (en cuatro sesiones durante un mes del curso académico 2019-2020) el programa IMPLICA2 dirigido a las familias con hijos que cursan 5º y 6º de Primaria de la Comunidad Autónoma de Galicia. Las actividades se realizaron en cuatro centros educativos, en los que han participado 253 familias distribuidas en cuatro grupos para cumplir con los requisitos establecidos en el diseño de cuatro grupos de Solomon (1949). Una vez implementadas las cuatro sesiones, se procedió a la evaluación de este proceso por parte del equipo investigador y las familias. A continuación, se realizó la evaluación de los resultados siguiendo el diseño previsto inicialmente y buscando las relaciones interactivas entre variables y las estructuras de relaciones que anulan las asociaciones entre algunas de ellas (Alvira Martín, 2002), considerando, para esta última, que el programa tendría una incidencia positiva sobre los elementos que determinan la decisión familiar de implicarse, según establece el modelo de Hoover-Dempsey y Sandler (1995). Los resultados permiten establecer que el programa presenta efectos distintos para padres y madres en aquellos aspectos relacionados con el foco de responsabilidad de la educación de los hijos (familia, escuela o familia y escuela), la orientación de metas familiares hacia el aprendizaje y/o el logro académico y la percepción de eficacia cuando ayudan a sus hijos en las tareas escolares. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8894 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Verónica Sánchez-Suárez , Francisca Fariña Pages: 103 - 117 Abstract: El objetivo general de este estudio fue analizar el tipo de formación que se imparte en las escuelas de madres y padres de la provincia de Pontevedra (España) e identificar si se ofertan contenidos para el ejercicio de la parentalidad positiva. Los datos aportados por 58 centros, indicaron que los programas suelen hacerse con una periodicidad mensual o trimestral y consisten mayoritariamente en “charlas” con expertos. Los padres y madres colaboran en la elección de los contenidos y su participación es relativamente activa, sin embargo, la asistencia no es muy alta, y a medida que desciende el nivel socieconómico de las familias, lo hace también el nivel de implicación de las mismas. Además, por la importancia que ocupa la pandemia por la Covid 19 se estudió cómo afectó a la formación parental. Se encontró que la pandemia conllevó a que surgieran nuevas necesidades de formación en las familias; más de la mitad de los centros suspendieran la formación a padres, y la que se mantuvo fue mayoritariamente online. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8898 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Silvana Martins, Cláudia Augusto, Maria José Silva, Ana Duarte, Fátima Martins , Rafaela Rosário Pages: 118 - 131 Abstract: A família é considerada importante na promoção de um desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional adequado. Este estudo pretendeu analisar as associações entre as dimensões da parentalidade positiva, a coparentalidade e o desenvolvimento e socioemocional de crianças entre os 12 e os 36 meses. Para a recolha de dados, utilizou-se um questionário de dados sociodemográficos, a Escala de Parentalidade Positiva, a Escala de Coparentalidade e a Escala de Desenvolvimento Socioemocional, preenchidos pelos pais em suporte de papel. Participaram 347 crianças (50.3% raparigas), com idades entre os 10 e os 35 meses. As mães destas crianças tinham, em média, 34.76 (DP = 4.79) anos e mais de metade terminou o ensino superior (62.1%). A figura paterna tinha, em média, 36.79 (DP = 4.95) anos e 48.3% terminou o ensino superior. Os resultados mostram a existência de correlações fracas e positivas entre o desenvolvimento socioemocional e as dimensões da parentalidade positiva. Além disso, existe uma relação fraca, negativa e estatisticamente significativa entre o desenvolvimento cognitivo e uma das dimensões da parentalidade positiva. As dimensões da coparentalidade não apresentam correlações estatisticamente significativas com o desenvolvimento socioemocional nem com o desenvolvimento cognitivo. Na análise de regressão multivariada, verificou-se que o desenvolvimento emocional está associado com a idade da criança e o envolvimento familiar. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8908 Issue No:Vol. 9 (2022)
Authors:Giselle Elias Miranda, Ana Tomás de Almeida, Maria Ângela Mattar Yunes Pages: 132 - 145 Abstract: A reunificação familiar é um processo complexo que se inicia com o acolhimento residencial da criança e/ou jovem na instituição e continua após o regresso a casa, podendo contribuir para consolidação e sucesso das medidas de proteção. O presente estudo teve como objetivo analisar as dinâmicas geradoras dos processos de resiliência em famílias após implementação do Programa “Caminhar em Família” que visa a reunificação familiar por meio de promoção de competências parentais durante o acolhimento. Foi desenvolvido um estudo de caso qualitativo de caráter descritivo e retrospectivo. A amostra não probabilística foi composta por 4 famílias, sendo 5 progenitores e 6 crianças/jovens que saíram do acolhimento no ano de 2019 e estavam aptas à reunificação. A participação das famílias no programa permitiu confirmar o fortalecimento da resiliência no sistema relacional de pais e filhos graças à compreensão, capacitação e empoderamento suscitados nas diferentes etapas da medida de proteção. A associação conceitual de dois modelos teóricos da resiliência familiar das autoras Froma Walsh e Lietz e Strenght possibilitou identificar diferentes forças e recursos individuais e familiares na gestão da crise e respostas específicas às necessidades das famílias nos diferentes estádios do acolhimento e reunificação. Os resultados reforçam a importância de programas socioeducativos que privilegiam o fortalecimento das dimensões promotoras de aspectos saudáveis que compõe a resiliência em famílias. Estes elementos devem ser os norteadores das intervenções para uma reunificação familiar segura e estável. PubDate: 2022-04-29 DOI: 10.17979/reipe.2022.9.0.8897 Issue No:Vol. 9 (2022)