Authors:Marcelo Silvano Madeira Abstract: A equipe editorial de Cognitio: Revista de Filosofia (ISSN: 2316-5278) informa que, em virtude de melhor atender ao seu escopo acadêmico, neste ano de 2021, sofreu fusão com sua coirmã Cognitio-Estudos: Revista Eletrônica de Filosofia (ISSN: 1809-8428). Este procedimento acarretou uma completa reformulação do seu processo de editoração, bem como transformação em seu formato de publicação de Semestral para Fluxo Contínuo, implicando que o número de artigos do presente volume adequou-se a esse contexto circunstancial. As futuras edições abrigarão um número superior de artigos publicados. Atenciosamente, Equipe Editorial PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e57009 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Joao Queiroz Abstract: A (Bio)Semiotic Theory of Translation, de Kobus Marais, 2019, é o mais importante livro publicado sobre a relação entre os Estudos da Tradução e a Semiótica pragmatista de C.S.Peirce, desde Semio-translation, de Dinda Gorlée, de 2004. Pode-se afirmar que a obra de Gorlée representou uma etapa inicial de ajustes na agenda dos Estudos de Tradução, inspirada na filosofia de Peirce. É um trabalho preliminar, cujo maior mérito foi estabelecer uma vinculação mais sistêmica entre as “áreas”. O livro de Kobus Marais é a mais audaciosa tentativa de desenvolver este projeto. Ele explora diversas consequências da aplicação de muitas entidades e termos teóricos da filosofia de Peirce, especialmente em sua fase madura (pós-1903). Ao fazer isso, Marais abre uma frente inédita de investigação cuja importância não deve ser subestimada. Ele associa muitos aparatos, que incluem (i) rudimentos de uma filosofia de processo de inspiração pragmatista, com forte propensão pluralista; (ii) classificações sígnicas desenvolvidas por Peirce, após 1903, período que se estabeleceu como “teoria madura do signo”, inexplorada nos estudos sobre tradução, e ainda pouco explorada pelo próprio scholarship Peirceano; (iii) e uma versão emergentista associada a um tratamento baseado na teoria de sistemas complexos. Sobre este último tópico, especialmente influenciado por Terrence Deacon e Floyd Merrell, Marais extrai muitas implicações, relacionadas a uma definição de tradução como negentropia, em sistemas complexos, e generaliza o fenômeno para casos de emergência de fenômenos sócio-culturais. Dividi esta resenha em asserções. Elas se referem às teses que considero mais importantes do livro de Kobus Marais. Embora outras tantas possam ser formuladas, considero aquelas que podem ter maiores implicações.
Authors:Bruno Bueno Poli Abstract: Esta é uma resenha descritiva do livro de Falkenburg: A cosmologia de Kant: do sistema pré-crítico até a antinomia da razão pura. No final, o autor especifica qual é, em sua opinião, o público alvo do livro. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e56948 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Daniel Cerqueira Baiardi Abstract: Neste artigo defendo uma interpretação pluralista para a teoria do significado de Peirce quando aplicada a termos gerais que fazem referência a tipos naturais ou, como recentemente estabelecido no debate contemporâneo, termos de tipos naturais (TTNs). Conduzido por uma análise dos escritos de Peirce, podemos encontrar uma teoria confiável e promissora para esta ampla categoria de termos. Orientando-se por leitores privilegiados da filosofia de Peirce, duas posições principais são identificadas e comparadas por via do método pragmático. A partir das conclusões desta comparação, encontramos fortes razões para selecionar a posição pluralista moderada, enfatizando a teleologia dos agentes cognitivos em detrimento de causas finais. Esta leitura de Peirce não é apenas fortemente naturalizada, mas também se apresenta como uma abordagem instrumentalista à filosofia da linguagem. A leitura pretende lançar luz sobre algumas das principais reivindicações deste que é um autor estratégico, em especial, quando confrontado com a discussão contemporânea em torno dos TTNs. O tratamento de Peirce aos termos gerais é enriquecido por novas pesquisas empíricas em ciências cognitivas e biossemiótica. Todo o trabalho tem uma dívida especial com estudos recentes em computação cognitiva que introduziram o conceito de aptidão semântica para modelar um nível ótimo de abstração para produzir representações mais significativas em um determinado domínio ontológico, classificando objetos particulares de forma dinâmica e progressiva. Esta noção é introduzida para uma interpretação efetivamente evolucionária da teoria dos termos genéricos de Peirce e na exposição das vantagens desta estrutura conceitual. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e53430 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:David A. Dilworth Abstract: As obras da vida de Kant, Schelling e Peirce se desdobraram em sequência histórica para formar uma progressão paradigmática na modernidade filosófica. A terceira síntese reflexiva da crítica de Kant relativa aos conceitos fundacionais de natureza e liberdade abriu um caminho especulativo para uma linhagem notável de desenvolvimento no empirismo metafísico mais tardio de Schelling que, por sua vez, transmitiu uma proveniência decisiva para a articulação de Peirce de categorias indecomponíveis de epistemologia, cosmologia e semiose ontológica. A categoriologia de Peirce reconfigurou certas implicações teóricas da Investigação sobre a Essência da Liberdade Humana de Schelling (1809) e A Fundamentação da Filosofia Positiva (1841) em sua trajetória de fase tardia de postular uma razoabilidade energética na natureza das coisas. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22:e55221 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Ronald Joseph Dillabough Abstract: Muitos estudiosos creem que “On a New List of Categories” é uma dedução metafísica ou transcendental. Este ensaio argumentará que Peirce deriva as categorias por indução e valida a ordem delas por prescisão. Depois, o artigo solicitará apoio dos escritos de juventude e maturidade de Peirce para explicar como a nova maneira de listar as categorias pode servir como uma genealogia da significação: como os diferentes tipos de termos, proposições e argumentos emergem no processo de raciocínio como os diferentes tipos de signos. Desse modo, a genealogia da significação se qualificaria, então, tanto como uma fenomenologia da lógica quanto uma ciência da semiótica. Tal ciência da semiótica terá três tipos de comparação correspondendo ao signo-relação em ilação: a saber, uniparance, diaparance e comparance. Depois, os três tipos de comparação ocasionarão três tipos de relativos em diferentes tipos de proposição: a saber, concorrentes, disquiparantes e equiparantes. Por fim, os três tipos de relativos ocasionarão os diferentes tipos de signos correspondendo aos tipos diferentes de termos: a saber, ícones, índices e símbolos. Com esta classificação, há, então, uma explicação de como o processo de raciocínio é um processo semiótico com três formas de argumentos válidos: a saber, hipótese, indução e dedução. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e52525 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Bruno Malavolta e Silva Abstract: O argumento da subdeterminação constitui um dos principais argumentos contra o realismo científico. Analiso diversas versões do argumento, e defendo que ele se torna mais plausível quando entendido como um argumento indireto contra o realismo. Tal proposta requer distinguir entre três maneiras principais de formular o argumento da subdeterminação. Na formulação tradicional, o argumento baseia-se na formulação de teorias rivais que sejam empiricamente adequadas à evidência disponível. Na formulação kuhniana, o argumento baseia-se na inexistência de um algoritmo neutro de normas epistêmicas que seja suficiente para determinar a escolha de teorias. Tais formulações do problema da subdeterminação são amplamente rejeitadas enquanto ameaças globais ao realismo científico. Proponho que, alternativamente, a relevância de fatores não epistêmicos poderá ser mais bem apreciada pelo realismo se focarmos no impacto indireto que tais fatores possuem na escolha de teorias, em vez de focarmos no fato de as normas epistêmicas não serem neutras. Com isso, o foco do argumento da subdeterminação deverá ser o de problematizar como fatores do contexto de descoberta influenciam indiretamente a objetividade do processo de justificação das teorias científicas, na medida em que modificam a evidência e hipóteses disponíveis aos cientistas em seu ambiente epistêmico. PubDate: 2021-12-31 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Ian Massing Abstract: O artigo examina o paradoxo cético no chamado “Kripkenstein” à luz da psicologia ecológica, uma teoria cognitiva que tem como base tomar como unidade de análise os organismos juntamente com seus ambientes. O conceito de affordance, também basilar para a psicologia ecológica, oferece uma versatilidade importante para explicações sobre nossa percepção do mundo, e principalmente (para os propósitos deste artigo) para a percepção dos aspectos menos tangíveis (não-fisicos) da realidade, as chamadas “práticas sociomateriais”. Tal abordagem da cognição se mostra valiosa na superação desse paradoxo ao permitir que a mesma seja compreendida como fenômeno coletivo, a linguagem e demais práticas que “seguem regras” estando inseridas nesse contexto como práticas construídas coletivamente que moldam a realidade humana. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e56353 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Anderson Luis Nakano Abstract: Em seu livro Deviant Logic (1974), Susan Haack defendia um conceito “pragmatista” de lógica. Esta concepção sustenta que, (i) a lógica é uma teoria em pé de igualdade com outras teorias científicas, diferindo apenas de tais teorias por seu grau de generalidade e (ii) a escolha de uma lógica particular deve ser feita com base em princípios pragmáticos, a saber, economia, coerência e simplicidade. Esta visão foi contrastada, nesse livro, com uma visão “absolutista” da lógica, segundo a qual as leis lógicas são necessárias e imunes à revisão. Duas décadas depois, porém, Haack reconheceu, na Introdução de uma versão ampliada do mesmo livro, que não abordaria a questão da possibilidade de revisão da lógica da mesma forma que fizera anteriormente. O que faltava em seu primeiro livro era uma distinção entre a questão da necessidade das leis da lógica e a questão de nossa falibilidade no reconhecimento de quais são as verdadeiras leis da lógica e quais estruturas são essenciais para representação. Ela também reconheceu que essa mudança foi influenciada principalmente por Peirce, com cujo trabalho ela tinha “há vinte anos apenas o conhecimento mais superficial”. Neste contexto, este trabalho tem dois objetivos: (1) mostrar que, na Filosofia das Lógicas, podemos encontrar elementos que revelam uma tensão entre suas primeiras visões “pragmáticas” e suas visões em mudança sobre a natureza da lógica; (2) apresentar algumas hipóteses sobre o papel que Peirce pode ter tido nesta mudança. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e54045 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Jaime Nubiola Abstract: Não é fácil explicar o que é o pragmatismo. Todos aqueles que tiveram de ensinar pragmatismo a estudantes universitários se encontraram em uma situação difícil para apresentar uma exposição clara. Além disso, não foi fácil para o próprio Charles S. Peirce explicar de maneira simples a máxima pragmática. Nesta contribuição, não vou entrar nos aspectos técnicos da máxima pragmática, mas vou compartilhar os frutos da minha reflexão de muitos anos sobre como o pragmatismo pode ser facilmente compreendido e ensinado. O artigo está organizado em duas partes: a primeira é dedicada à velha regra lógica do evangelho, “os conhecereis pelos seus frutos”, que aparece em dois textos de Peirce; e a segunda a qual chamo de “lógica da cozinha”, para a qual também chamo a atenção ao exemplo de Peirce da torta de maçã. Acrescentarei uma consideração final sobre como ensinar filosofia hoje, segundo Peirce. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e56724 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Lucia Santaella Abstract: A vida de Peirce teve um período de ascensão, seguido por um crescente declínio até o ponto de ter sobrevivido, na idade madura, na dependência cada vez mais necessária da generosidade de seu amigo William James. Este artigo acompanha as dificuldades, tortuosidades e vicissitudes, uma verdadeira saga vivida pela organização e publicação das 12.000 páginas que publicou em vida e das 100 mil páginas que deixou em manuscritos. As expectativas de uma publicação à altura do valor dessa obra e as dificuldades para que isso se realize geram um desconcertante paralelismo entre os destinos da vida de Peirce e os de sua obra. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e55699 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)
Authors:Tomás Troster, Roger Xavier Abstract: Este breve artigo esboça a opinião de um lógico sobre algumas ideias básicas que deveriam ser apresentadas nos primeiros dias de qualquer curso de lógica. Ele trata da natureza e dos objetivos da lógica. Ele discute o que um estudante pode esperar alcançar com o estudo da lógica e também alerta sobre os problemas e obstáculos que um estudante deverá superar ou com os quais deverá aprender a conviver. O artigo também introduz vários termos-chave que um estudante encontrará na lógica.Uma proposição é ou verdadeira ou falsa per se – e não “para esta ou aquela pessoa”. Um argumento é ou válido ou inválido per se – e não “para esta ou aquela pessoa”. Uma argumentação é ou concludente ou inconcludente – não per se, mas sim para uma pessoa.No entanto, que uma dada argumentação seja concludente para uma certa pessoa é sem dúvida uma questão indissociável dos pensamentos subjetivos de tal pessoa, mas apenas em certos aspectos: se uma determinada argumentação é concludente para uma pessoa, mas não para outra, a primeira sabe de algo que a segunda não sabe. Além disso, nem toda argumentação que alguém pensa ser concludente para certa pessoa é de fato concludente para tal pessoa. O caráter concludente de uma argumentação envolve outros elementos além da subjetividade.Algumas leituras são sugeridas ao longo do texto em citações entre parênteses e listadas nas referências bibliográficas no final do artigo. PubDate: 2021-12-31 DOI: 10.23925/2316-5278.2021v22i1:e52379 Issue No:Vol. 22, No. 1 (2021)