Authors:Maria Cristina de Távora Sparano Pages: 3 - 8 Abstract: Qual é o objeto da lógica' Seria a arte de bem conduzir o discurso' Mas conduzí-lo para onde, com que finalidade' Haveria uma normatividade independente, que definisse o racional independente do real' É Lacan que pergunta e nos responde no sem. XIX: “eu proponho definir o objeto da lógica como aquilo que produz a necessidade de um discurso. E afirmo que o simbólico, o imaginário e o real se afirmam nos impasses da lógica. ” (LACAN, 2011, p. 40). Muitos comentadores encaram os recursos lógicos de Lacan como uma provocação, mas entendo que não, pois são muito coerentes com seus princípios, tanto lógicos, quanto linguísticos, antropológicos e principalmente matemáticos. PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.3857 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)
Authors:Diego Luiz Warmling Pages: 9 - 33 Abstract: Partindo da segunda tópica freudiana, assinalaremos a ação triunfante de Thanatos através da repetição, da morte e da agressividade pulsionais. Falaremos do novo dualismo pulsional, reconhecendo na morte um impulso silencioso que, contrariando Eros, atua como fundo não-figurável, dispersivo e estruturante do psiquismo. Se outrora Freud pautou-se pela conservação da vida, é atentando ao problema da repetição que dá lugar ao vazio e ao caos pulsionais, teorizando sobre o impulso ao estado de não-vida: a pulsão de morte. Sendo a meta não-prognosticável dos nossos investimentos, esta é a dimensão da teoria freudiana que nos faz querer-morrer e que, no âmbito do mal-estar na cultura, personifica a potência agressiva, pela qual assumimos, diante de Eros, o total triunfo de Thanatos. Como potência de transvaloração, defenderemos que Thanatos presentifica o limite do discurso falado e dos saberes instituídos por Eros, pela civilização e pela lógica determinista dos prazeres PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.2741 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)
Authors:Aglaé Carneiro Pages: 34 - 48 Abstract: Todo ato da vida passa pelo mental, diria Nietzsche (GM); e, tratar do psíquico é, necessariamente, falar em sexualidade (por meio dos impulsos) – defende Freud. Partindo desses dois pressupostos, surge o problema: será a vontade de potência a raiz dos instintos de vida e de morte' As duas construções teóricas parecem se aproximar, e, no entanto, possuem finalidades distintas. Em uma linha freudiana, a mobilização instintual se daria em nome do prazer, enquanto que, para Nietzsche, o objetivo de todo impulso é sempre a obtenção de mais poder (expansão das forças que compõem a vontade de potência). Em sendo assim, através de uma metodologia bibliográfica e de uma análise de dados qualitativa, o presente trabalho pretende expor, a título de objetivos específicos, contornos iniciais, de um lado, sobre os instintos freudianos, e, de outro, considerações aproximadas sobre a vontade de potência. A título de objetivo geral, procura analisar como essas duas construções teóricas se fundem, buscando verificar as possibilidades de criação teórica de um possível “caminho do meio”: uma aproximação das duas finalidades em um só ato – obtenção de prazer e aumento de poder. PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.2734 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)
Authors:Leonardo Rodrigues Pages: 49 - 68 Abstract: O texto visa apresentar a querela entre Sigmund Freud e Gilles Deleuze acerca da noção de “repetição” – noção fundamental tanto para a metapsicologia do primeiro, quanto para a filosofia do segundo. Através da crítica de Deleuze ao caráter eminentemente negativo e “derivativo” da repetição em Freud (ideia que, no caso de Freud, aparece sobretudo em dois textos fundamentais: “Recordar, repetir e elaborar”, de 1914, e “Além do princípio do prazer”, de 1920), será refeito o itinerário das “sínteses do tempo”, presentes na obra Diferença e repetição, apontando para uma noção positiva de repetição – sem, contudo, incorrer às figuras do Mesmo e ao primado da representação. Uma “repetição complexa”, que se faz acompanhar de uma “diferença pura”, cuja temporalidade mais adequada é aquela própria à lógica da multiplicidade, isto é, um tempo “não-reconciliado”, parafraseando a expressão de Peter Pál Pelbart. PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.3120 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)
Authors:Daniel Cardozo Severo Pages: 69 - 78 Abstract: O presente trabalho pretende apresentar mais uma das faces destrutivas (pulsão de morte) que vivemos na pandemia. Além do negacionismo, que estabelece uma relação específica com o conhecimento (ou vínculo ou elo do conhecimento, K) pautado na arrogância, leituras grupais ampliam essa visão. Elas nos permitem perceber outros vínculos importantes e o modo como determinadas lideranças chegam ao poder devido à conexão que estabelecem com os indivíduos – ou seus eleitores. Bion (1961/1975) nos instrumentaliza a essa leitura com suas experiências grupais. Logo, a presente apresentação utiliza o conceito de suposições básicas propostas pelo psicanalista, em específico a de dependência, para evidenciar como essas conexões se estabelecem e o modo como lideranças surgem a partir dessa suposição básica. O modo como intencionalmente indivíduos (ou agentes políticos) desestruturam as relações entre os membros de um grupo (ou comunidade) e a carência (material e emocional) que esses membros vivem, devido ao caos causado pela desestruturação grupal, são as bases da ascensão desses líderes. A conclusão a que se chega é que quanto maior o grau de dependência desses membros, maior a loucura ou a insanidade de seu líder, devido à resistência às desilusões, perdas e lutos inerentes a percepção realística desses elementos. PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.3859 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)
Authors:Igor Carvalho Pages: 79 - 93 Abstract: Encontramos linguagens e códigos de todos os tipos e em todas as esferas na natureza. No entanto, quando chegamos no homem vemos esses códigos aplicados não como algo mecânico, como é notado na natureza, mas como articulações para o social. A partir disso, é apresentado à psicanálise, que tem como sua coluna vertebral a escuta que é voltada para a natureza discursiva do homem. Iremos explorar neste artigo qual seria a escuta servida para o discurso na clínica, pois não é colocado uma regra no discurso do analisando, este é livre para dizer o que quer dizer e como ele entender, sendo que tal liberdade é evitada nas relações sociais, pois ele (o analisando) não a exerce por ter consciência das leis sociais que são, desde sua infância, aglutinadas a ele, as quais, seu cumprimento é cobrado.Para se ter esse ouvir a psicanálise trabalha para tornar os ouvidos do analista um órgão apropriadamente de escuta e compreensão, pois a fala do analista vem dessa escuta do discurso que não é seu durante aquele tempo, mas que vem a ser depois de completo para ser matéria de análise. PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.3856 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)
Authors:Marcos Antonio da Silva Santos Ferreira Pages: 94 - 125 Abstract: Essa pesquisa teve como proposta realizar um estudo acerca da angústia na obra do escritor Haruki Murakami (1949-), tendo como ponto de apoio secundário a teoria de Sigmund Freud (1858-1939) da angústia. Visamos, com esse estudo, lançar luz sobre a literatura como modelo de leitura da vida humana, em nosso caso, uma leitura das angústias humanas a partir da literatura. Para isso, iremos abordar o próprio gênero literário em que a obra de Murakami está circunscrita, os principais conceitos que dão suporte a esse caráter angustiante, presentes no texto murakamiano, e a influência de concepções e ideias filosóficos em sua obra. Como por exemplo, a teoria da Vontade de Arthur Schopenhauer (1788-1860) e a ideia do lugar do pensamento, postulado por Hannah Arendt (1906-1975) no quarto capítulo da obra “A vida do espírito". PubDate: 2022-12-30 DOI: 10.26694/cadpetfilo.v13i26.3858 Issue No:Vol. 13, No. 26 (2022)