Authors:Emilce Lorena Geoghegan Pages: 8 - 25 Abstract: Este artigo analisa a construção de narrativas históricas em livros didáticos de história do ensino médio. Observam-se as histórias visuais e explicativas sobre a resistência ao terrorismo do Estado argentino, durante a última ditadura militar (1976-1983). As ações realizadas pelas organizações de direitos humanos e como elas enfrentaram o poder ditatorial são especialmente destacadas. A análise mostra discursos e histórias latentes que são fruto de teorias explicativas do passado e do presente que convergem na transmissão do passado recente no campo educacional. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p8 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Paulo Jorge Medeiros, Najela Tavares Ujiie, Paulo Cesar Gomes Pages: 26 - 50 Abstract: O objetivo deste estudo é desenvolver uma discussão sobre o Ensino de História para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Dessa forma, entendemos que as dificuldades e limitações do Ensino de História nesse nível de ensino tem ligação direta com o percurso e os acontecimentos históricos. Para elaboração deste texto empreendemos buscas: (a) investigar a constituição da História como ciência e uma disciplina autônoma e (b) identificar quais são as dificuldades e limitações do Ensino de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Sobre os aspectos metodológicos, destacamos que se trata de um ensaio pautado num estudo teórico-bibliográfico e documental, o qual buscou dialogar com autores que discutem e problematizam a temática pesquisada, e dentre eles apontamos Bittencourt (2018), Monteiro (2017), Bento (2013), Cainelli e Oliveira (2012), Scaldaferri (2008), Oliveira (2003) e Nadai (1986, 1993). Nesse sentido, analisamos as proposições curriculares (PCN e BNCC) para o Ensino de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. No que tange aos muitos obstáculos encontrados, dentre eles elencamos a formação de professores, domínio de conteúdo, transposição didática, compreensão de tempo, história e memória. Sobre as considerações finais, podemos destacar que a temática trabalhada ao longo do texto é resultado de um processo histórico, a qual não tem uma solução simples, mas que o caminho das discussões sobre o tema é a melhor fonte para se buscar as respostas. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p26 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Nayara Silva de Carie, Débora Cristina Alves da Silva Pages: 51 - 71 Abstract: Os monumentos de uma cidade são fontes históricas que podem se tornar evidências ao serem interrogados a partir de questões que possibilitam refletir sobre diversos elementos constitutivos das sociedades que os construíram. Relações entre grupos sociais, estratégias de invisibilização e de visibilização e as desigualdades entre homens e mulheres vivenciadas nos diversos passados e também no presente são materializadas nos espaços da cidade, revelando como tudo o que uma sociedade produz está eivado de seus valores, concepções e crenças. Tendo isso em vista, este artigo tem o objetivo de apresentar e discutir as potencialidades de uma proposta de trabalho com o patrimônio material local, na perspectiva da Educação Histórica, a partir do levantamento dos monumentos localizados na cidade de Belo Horizonte /MG. Considera-se que discutir a Educação Patrimonial por meio do trabalho com os monumentos de uma cidade, na perspectiva da Educação Histórica, pode promover a identificação de mecanismos de invisibilidade de grupos sociais no passado e no presente, além de possibilitar o desenvolvimento de estratégias de resistência a mecanismos de invisibilização de grupos que foram e continuam sendo excluídos na e pela sociedade. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p51 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Carla Beatriz Meinerz, Carlos Eduardo Ströher Pages: 72 - 99 Abstract: O artigo objetiva analisar como jovens estudantes compreendem as relações étnico-raciais, a partir de suas experiências escolares numa região de colonialidade germânica. Deriva de análises conjuntas produzidas em processo de orientação no doutoramento em Educação, realizada em municípios do Vale do Rio Caí, no Rio Grande do Sul. A metodologia possui abordagem qualitativa, com produção de dados a partir de revisão bibliográfica, análise documental, aplicação de questionários individuais e entrevistas coletivas. Os jovens colaboradores da investigação estavam nos anos finais do ensino fundamental em 2019. A análise enfoca os conceitos de branquitude e privilégio de cor, observando a dimensão relacional do racismo que emerge das práticas culturais descritas pelos sujeitos. Categorias como Colonialidade Germânica, Racismo e Juventudes também são referências analíticas da arguição. Os resultados parciais demonstram a existência de processos de construção de negação e naturalização de desigualdades que a condição de privilegiado produz nos sujeitos brancos. Os jovens estudantes pesquisados cresceram em um contexto histórico e social em que as narrativas do passado enaltecem o colonizador europeu de origem germânica, da qual muitos deles descendem diretamente. Tais narrativas vinculam-se à história ensinada e as questões do tempo presente. Os jovens também demonstram terem poucos espaços para refletir criticamente sobre as relações étnico-raciais nas escolas, no ensino de história e nas comunidades. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p72 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:André Luan Nunes Macedo Pages: 100 - 123 Abstract: O presente artigo faz uma leitura crítica dos materiais de Educação Moral e Cívica produzidos no contexto da ditadura militar. Selecionei dois volumes para a realização deste artigo, cada um deles destinados a públicos juvenis distintos (equivalentes ao que chamaríamos hoje de ensino fundamental e médio): o Moral e Cívica de Nélson Barbosa e Educação Moral e Cívica na escola Média de Edília Coelho Garcia. Ambas as publicações são de 1971– contexto histórico conhecido pelo seu embrutecimento autoritário. Selecionei para essa investigação os conceitos de cidadania, desenvolvimento, progresso, nacionalismo, patriotismo, democracia, modernidade, civismo, “raças” – identidades étnicas, mais precisamente– e nação. Entendendo-os como materiais que produzem um sentido temporal e pedagógico para jovens alunos, enquadro-os não somente como materiais didáticos, mas também como artefatos culturais de ensino de uma “filosofia da história”, uma vez que os materiais de Moral e Cívica buscam oferecer uma substância prático-temporal para os conceitos da modernidade brasileira e seus aspectos culturais. Percebe-se que a seleção dos conceitos tem como pressuposto sua historicidade moderna. Algo que, portanto, me levou a refletir sobre o lugar da experiência europeia e ocidental na narrativa desses materiais. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p100 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Edinéia da Silva Santos, Kátia Cristina Nascimento Figueira Pages: 124 - 148 Abstract: Apresentamos os resultados de uma pesquisa realizada com alunos do ensino médio em uma escola pública de Campo Grande/MS, visando discutir a escravidão na Província de Mato Grosso. Desenvolvemos estratégias pedagógicas e tecnológicas com a produção e participação dos alunos em múltiplas linguagens, sendo que o uso da tecnologia na educação é um elemento que se integra de forma híbrida com as atividades realizadas. A metodologia da pesquisa foi qualitativa e de intervenção, com aporte teórico da História e TDIC. Do ponto de vista do aprendizado, o amplo envolvimento dos estudantes, o conhecimento adquirido e a divulgação para a comunidade enriqueceram as relações interpessoais nos debates sobre racismo, respeito e solidariedade durante as aulas. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p124 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Ana Lúcia da Silva Pages: 149 - 184 Abstract: Com as Leis. n. 10.639/2003 e n. 11.645/2008 se tornou obrigatório o estudo da História e cultura africana, afro-brasileira e indígena, abrindo caminhos para o questionamento do paradigma eurocêntrico, a descolonização do currículo escolar, uma mudança epistemológica denominada de epistemologias do sul. Com base no aporte teórico dos Estudos Culturais, nesse texto objetiva-se revisitar o ensino de História do povo negro no Brasil, dando visibilidade às mulheres negras, ao diálogo interseccional gênero, raça e classe, por meio da análise da trajetória de vida de Ruth de Souza, homenageada pela escola de samba: Acadêmicos de Santa Cruz, samba-enredo “Ruth de Souza - Senhora liberdade abre as asas sobre nós”, enredo do carnavalesco Cahê Rodrigues, carnaval carioca 2019. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p149 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Ernesto Padovani Netto Pages: 186 - 211 Abstract: Este artigo busca investigar a dualidade entre dois modelos que se colocaram em antagonismo com relação as formas de se lidar com pessoas surdas, o método da oralização e o da gesticulação (ou de sinais), tais processos históricos vividos pelos sujeitos surdos foram pouco pesquisados dentro da historiografia brasileira, constituindo um dado vazio historiográfico. O trabalho parte de um breve panorama da educação de surdos no ocidente, para localizar o leitor menos afeiçoado ao tema, em seguida focando a partir de 1855, quando foi apresentada a D. Pedro II a proposta de fundação de uma escola de surdos e vai até 1957, quando a instituição passa a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos. Os diferentes discursos de caráter pedagógico e científico que permearam este debate, assim como a hierarquização dos saberes produzidos por ouvintes e surdos vindos de fora do Brasil e também construídos ou reverberados no país, promoveram embates em um cenário em que a educação pública dava seus primeiros passos. Os resultados do estudo apontam que os projetos para educação das pessoas surdas foram pensados por ouvintes, no sentido de tentar “normalizá-los” dentro de um dado padrão que nega as línguas de sinais, e busca respaldo científico para integrá-los à sociedade. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p186 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:Lívio Luiz Soares de Oliveira Pages: 212 - 238 Abstract: Este artigo tem como objetivo apresentar um histórico das Políticas Públicas, no Brasil, relacionado às Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD). Com esse fim, recorreu-se à análise da legislação federal, utilizando pesquisa documental e bibliográfica, com foco na área de AH/SD. A formulação, elaboração e implementação de políticas públicas; e a adoção de leis pertinentes na área de AH/SD, nos anos recentes, resultaram em ações concretas em favor dos superdotados, como a criação, em 2005, dos Núcleos de Altas Habilidades (NAAHS) em todas as unidades federativas. Foi a primeira iniciativa, em âmbito nacional, em que foi criado, no Brasil, um sistema educacional especificamente voltado aos indivíduos com AH/SD. No entanto, no decorrer dos anos não houve o acompanhamento e a fiscalização adequados das atividades dos núcleos. A conclusão é a de que, ao longo do tempo, as Políticas Públicas de superdotação, no Brasil, se caracterizam pela descontinuidade e pela fragmentação de suas ações, o que prejudica o atendimento da demanda dessa área. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p212 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:José Edimar de Souza Pages: 239 - 265 Abstract: Nas últimas décadas os estudos locais/regionais têm motivado diferentes pesquisadores. A dimensão regional representa uma possibilidade para ampliar as lentes teóricas diante de uma diversidade empírica de fontes documentais, orais, icnográficas preservada em arquivos públicos e também arquivos pessoais, a partir da perspectiva da História Cultural. Objetivo foi investigar a história de instituições escolares, os processos e práticas de escolarização do ensino primário desenvolvidas nos grupos escolares de Novo Hamburgo, Campo Bom e Sapiranga, três importantes municípios do Vale do Rio dos Sinos, entre 1930-1934. O modelo dos Grupos escolares influenciou concomitantemente na concepção arquitetônica da escola, bem como na composição material, da forma de organização e escolarização. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p239 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)
Authors:João Henrique Inacio Correa Pages: 267 - 273 Abstract: Resenha do livro Novos Combates pela História, de Carla e Jaime Pisky, publicado em 2021 pela editora Contexto. A obra aborda questões diversas que afetam o ofício do Historiador e do Professor de História na atualidade, sendo ressaltada pela necessária militância e vigilância constante dos profissionais da área. PubDate: 2022-06-15 DOI: 10.5433/2238-3018.2021v27n2p267 Issue No:Vol. 27, No. 2 (2022)