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- POLÍTICAS CULTURAIS NA AMÉRICA LATINA: CONTRIBUIÇÕES
TEÓRICAS Authors: Renata Rocha, Leonardo Costa, Carla Rabelo Abstract: Este estudo visa a contribuir para o campo das políticas culturais na América Latina a partir de um olhar bibliométrico e crítico, articulando aportes sobre as práticas intelectuais em cultura e poder na América Latina de Daniel Mato e as discussões sobre o campo científico de Pierre Bourdieu. A pesquisa utiliza o Google Acadêmico para coletar dados de produções científicas relacionadas às políticas culturais na América Latina, em espanhol e em português. Foi utilizado o programa Publish or Perish para extrair informações relacionadas às produções. A pesquisa segue uma metodologia baseada em estudos anteriores e faz parte do Projeto Mapeamento da produção de conhecimento em políticas culturais (MapaCULT). O objetivo é analisar o impacto das publicações e aplicar teorias relacionadas à cultura e políticas culturais. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-14 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- A GRANDE ALDEIA (ESTRANGEIRA). DESALOJAR O CORPO DA LEI: INSURGÊNCIAS
DAS NARRATIVAS MARGINAIS Authors: Gonzalo Ana Dobratinich Abstract: O presente trabalho tem como objetivo analisar a instauração e o câmbio de nós conceituais que ocorrem na sociedade de acordo com sua utilização pelo discurso de poder. Entre os múltiplos dispositivos, destaca-se o impacto das disposições legais, bem como da narrativa literária, com forte implicação na intervenção do imaginário social. Aqui será observada a força de ambos os espaços na constituição de uma determinada concepção de cultura. A disputa surgirá em torno do binômio que questiona a idéia de pertencimento, a saber, o que é próprio e o que é estrangeiro. Esta distinção não se reduz a uma necessidade logocêntrica de poder em termos de propriedade material; mas implica também estabelecer uma distinção entre identidade e diferença, o que está próximo e o que está distante, o semelhante e o diferente. Esses pares não são necessariamente representados de forma explícita; Pelo contrário, habitam as camadas subterrâneas de enquadramentos textuais que emergem sob uma aparência objetiva e desinteressada. Contudo, este caráter implícito que possuem, funcionará como um dos mecanismos necessários para sustentar a centralização hegemônica do espaço político-jurídico e sobre o qual as narrativas marginais e periféricas emergentes trabalharão para a sua atomização e pluralização. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-4 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- A CONSTRUÇÃO COLONIAL DA HOMOTRANSFOBIA E A SUA PERPETUAÇÃO NA ERA
ALGORÍTMICA EM PROL DO FASCISMO ETERNO Authors: Plinio Gevezier Podolan, Pedro Henrique Baptista Reis Abstract: Resumo: O objetivo principal deste estudo é evidenciar como a colonização europeia rompeu com a naturalização das vivências homoafetivas dos povos indígenas no Brasil e de como essa herança colonial gera efeitos até hoje. Para isso, a partir de uma revisão documental, será apresentada uma breve historiografia, contextualizando-se a naturalidade das vivências homoafetivas dos povos indígenas citados e o modo como foram retratados pelos primeiros europeus no século XVI. Num segundo momento, valendo-se de uma revisão bibliográfica, pretende-se evidenciar como as leis colonizadoras basearam-se em dogmas religiosos, passando a criminalizar as existências LGBTQIAPN+, em contrariedade aos costumes dos que aqui habitavam. Ao lado disso, numa perspectiva crítica, tem-se o extermínio decorrente do processo de colonização, pela violência legalmente instituída, e o epistemicídio, como forma de apagamento da cultura dos povos ancestrais, através da manipulação da linguagem, com o emprego de racionalidade ardilosa, alterando-se as interpretações dadas à expressão sodomia. Essa herança colonial, como se demonstrará, perpetua-se até os tempos atuais, encontrando no algoritmo uma nova ferramenta usada pelo fascismo eterno. Ferramenta essa que contribui para manipular os afetos, manobrando as massas em prejuízo dos direitos humanos da população LGBTQIAPN+, mesmo após o reconhecimento da criminalização da homotransfobia pelo Supremo Tribunal Federal. E, ao compreender como ocorre essa manipulação, espera-se contribuir para que haja emancipação e fortalecimento das conquistas sociais dessa comunidade historicamente vulnerabilizada. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-5 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- A AMÉRICA LATINA VISTA PELAS LENTES DA BIOPOLÍTICA E DA
COLONIALIDADE Authors: João Barros Pages: 6 - 11 PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-1 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- BIOPOLÍTICA, DECOLONIZACIÓN Y ESCUELA: ¿CUÁL ES EL LUGAR DE LA
ENSEÑANZA' Authors: Ivan Fortunato, Milagros Elena Rodriguez Pages: 13 - 34 Abstract: En este artículo se discute el lugar de la enseñanza en la biopolítica decolonial. El objetivo es enumerar algunas posibilidades didácticas para afrontar el mundo neoliberal, coordinado por políticas silenciosas basadas en el racismo, la xenofobia, la homofobia, la aporofobia, entre otras, cuyo lema principal puede describirse como sálvese quien pueda. Para construir una Didáctica relevante para el movimiento decolonial es necesario, en primer lugar, entender la escuela como una institución burocrática al servicio del status quo, cuyo control se realiza a través de pruebas y currículos oficiales. Además, es necesario entender que el modelo de sociedad que tenemos es injusto y desigual, sostenido a través del discurso de que todas las personas pueden ascender socialmente por su propio esfuerzo. Lo que todo esto esconde es que por cada individuo que triunfa en la vida, muchos otros quedan atrás, al margen de su propia condición, por mucho que lo intente. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-2 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- BIOPOLÍTICA E COLONIALIDADE BRASILEIRA
Authors: Pablo Rosa, Teresa da Silva Rosa, Paulo Edgar da Rocha Resende Pages: 35 - 57 Abstract: O artigo propõe uma análise das práticas discursivas conservadoras proferidas por Geisiane Freitas e Patrícia Silva em seu livro O que não te contaram sobre o movimento antirracista, adotando uma perspectiva contracolonial apresentada por Antônio Bispo dos Santos em A terra dá, a terra quer, compreendida a partir da analítica foucaultiana como um saber sujeitado, marcado pela biopolítica colonial brasileira. O texto foi organizado em duas seções: na primeira, foram apontados os referenciais teóricos e os procedimentos metodológicos mobilizados na análise, também discorrendo sobre as bases epistemológicas que sustentam tanto o saber conservador cristão e colonial quanto a perspectiva contracolonial e quilombola; enquanto na segunda parte, foi exposta uma análise do discurso conservador e cristão apresentado pelas autoras, construída a partir da noção de racismo de Estado amparado na analítica foucaultiana, bem como em uma perspectiva contracolonial que o compreende como cosmofobia. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-3 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- AUTORIZAR O ECOCÍDIO
Authors: Norman Roland Madarasz Pages: 104 - 128 Abstract: Existem leituras das teorias de Marx que reconhecem a centralidade da variável categorial de trabalho abstrato, como existem também as que a desconsideram ou desconhecem. Neste artigo, supor-se-á que os leitores da segunda abordagem fizeram uma escolha racionalmente deliberada, concedendo que entendem as consequências que tal suspenso ou apagamento implica para a coerência da crítica da economia clássica conduzida por Marx. A ausência desta variável no mapeamento da circulação do capital, definido como valor em movimento que se autovaloriza, poderia bem compartilhar, na pesquisa contemporânea em filosofia e nas ciências sociais, um campo de análise parametrizado pelo termo biopoder/biopolítica. Ora, o modo de realização do capital elimina a distinção entre o biopoder e as biopolíticas. Tendência já perceptível no âmbito da pesquisa, nosso objetivo maior é desvendar uma implicação mais grave de consequências. Usar Marx sem o trabalho abstrato equivale a perpetuar um estranhamento sobre o meio ambiente teorizado pelo discurso do antropoceno. Disfarça que sem a extensão prática propiciada pela categoria de trabalho abstrato sua relevância afeta apenas uma fração ínfima da demografia planetária. Defenderemos neste artigo que ao eliminar a categoria de trabalho abstrato, uma fissura entre biopoder e biopolítica se aprofunda, na qual se neutraliza a força crítica para alcançar as raízes materiais de uma catástrofe avisada que, antes de se apresentar como antropocênico, deve se verificar como perpetuação do colonialismo ecocida. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-6 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- CATÁSTROFE ANCESTRAL E OS REGIMES DE CONHECIMENTO
COSMOPOLÍTICO-TERRITORIAIS Authors: Alana Moraes, Sarita Albagli Pages: 129 - 151 Abstract: Partindo de autores latino-americanos, bem como dos debates decoloniais/anticoloniais, oferecemos algumas chaves de entendimento sobre as implicações entre os regimes epistêmicos do que chamamos de "Ciência das Plantations" ou "Ciência do Extrativismo" e os emergentes conflitos socioambientais contra aqueles que se opõem à tradução da natureza em mero recurso, sinalizando para os modos de saber e poder que constituem e sustentam a ecologia invasora do colonialismo e as zonas de conflitualidade produzidas por ela na era do Geontopoder. Apresentamos reflexões sobre as cosmopráticas biodiversificadoras, seu regime de conhecimento e ontologias relacionais e sobre como a emergência climática pode ser lida por meio da articulação entre regimes de conhecimento, (cosmo)práticas de fazer mundos e governança de territórios no que diz respeito aos embates ontoepistemológicos e suas infraestruturas. Nossa pesquisa debruça-se, por fim, sobre em que medida e de que formas diferentes regimes de conhecimento – da ciência e dos ditos “saberes tradicionais” – podem (inter)atuar, em meio a cenários de disputas e conflitos sociotécnicos, no enfrentamento das múltiplas crises do presente. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-7 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- SEMENTES QUE SUSTENTAM A VIDA: EXPERIÊNCIAS DE CONSTRUÇÕES
BIOPOLÍTICAS INSURGENTES NA DEFESA DOS TERRITÓRIOS E DOS COMUNS Authors: Luciana Nogueira Nóbrega, Lia Pinheiro Barbosa Pages: 152 - 175 Abstract: A expansão de um modelo de desenvolvimento agrícola de grande escala e uma política econômica baseada nas commodities, notadamente neoextrativista, evidenciam o interesse de expansão do capital transnacional, sobretudo no território latino-americano. Frente a esse contexto, a defesa dos territórios e dos comuns revela seu caráter intrínseco à histórica resistência dos povos originários, camponeses, quilombolas e populações tradicionais na região que, incidido no enfrentamento desse novo padrão de acumulação, propõem projetos políticos baseados em outra biopolítica. Assim, na defesa dos territórios e dos modos de vida, esses diferentes povos constituem um patrimônio biocultural, assentado em uma memória coletiva, que tem fomentado a preservação e a circulação de sementes crioulas, sementes da vida ou sementes da cultura. Ao preservarem suas sementes e, com elas o conhecimento e as relações sociais que as forjam, os povos originários, do campo, das florestas e das águas contrapõem-se à lógica ampliada do capital, que as trata como bens comercializáveis, estéreis e dependentes de insumos e de agrotóxicos. No presente artigo, apresentamos experiências de construções biopolíticas insurgentes baseadas em uma apreensão onto-epistêmica das sementes como sustentáculo da vida e sua centralidade na defesa dos territórios e dos comuns. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-8 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- MONUMENTOS DE SOFT POWER
Authors: Angelo Luz Pages: 176 - 190 Abstract: A arquitetura exportada, representada por estruturas erguidas fora de seu país de origem, torna-se uma manifestação palpável da identidade e dos valores culturais de uma nação, exercendo o que se chama de soft power por meio de seu apelo estético e significado simbólico. Na América Latina, a presença desses monumentos de soft power, aquí exemplificados nos museus de arte contemporânea, não apenas transformam paisagens urbanas, mas também exercem influência nas dinâmicas sociais e nos processos de legitimação dos sistemas da arte. A expansão do Centro Pompidou e de outros museus internacionais para locais como a Tríplice Fronteira no Brasil ilustra essa tendência, que vai de encontro às reivindicações do espaço público como lugar de resistência e descolonização que emergem na atualidade, ilustradas por ações dos movimentos iconoclastas na América Latina do Séc. 21. Este artigo explora como esses monumentos moldam percepções e ajudam a reproduzir desigualdades sociais através do contraste com as políticas culturais contemporâneas da região. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-9 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- TECNOLOGIAS DE GESTÃO DA MORTE E POLÍTICAS DE VIDA
Authors: Iara Tatiana Bonin Pages: 191 - 210 Abstract: Nos últimos anos, houve uma explosão da atividade garimpeira em terras indígenas, o que vem causando impactos socioambientais de largo espectro sobre a floresta e todo o seu tecido vivo. Embora não seja recente a exploração ilegal de ouro em terras indígenas, é crônica e ostensiva a presença de garimpos nestes espaços desde, pelo menos, a década de 1970. Nos termos da Constituição Federal Brasileira de 1988, o garimpo em terras indígenas é ilegal, uma vez que elas são de usufruto exclusivo dos povos e comunidades originários. A atividade, fomentada por grupos sociais e políticos com interesses diversos, gera uma série de outras ilegalidades e impacta o meio ambiente e as comunidades indígenas, comprometendo a qualidade de vida e a gestão autônoma dos territórios. Considerando o amplo leque de agravos e violações de direitos que se materializa por meio do garimpo ilegal em terras indígenas, o presente texto dedica-se, especificamente, à discussão de algumas dessas práticas na Terra Indígena Yanomami, localizada entre os estados de Roraima e do Amazonas. Tomando o conceito de necropolítica como chave argumentativa, analisa-se como a invasão garimpeira, a omissão do poder público e a negligência do Estado operam articuladamente a gestão da morte, convertendo as existências indígenas em “vidas matáveis”. Apresenta-se, como contraponto, imagens-palavras de Davi Kopenawa Yanomami, entendidas como força performativa das políticas da vida, em viés decolonial. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-10 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- “BICHAS PRETAS” E A PRODUÇÃO DE NARRATIVAS DECOLONIAIS NO COTIDIANO
MIDIATIZADO Authors: Renata Rezende Ribeiro, Diego Cotta Pages: 211 - 226 Abstract: O artigo faz parte de uma pesquisa ampliada, cujo objetivo principal é problematizar os usos do YouTube como ferramenta de vocalização de sujeitos marginalizados pela supremacia branca e pela cis heteronormatividade. A partir de entrevistas com influenciadoras digitais, autodenominadas bichas pretas, o texto busca refletir sobre a produção de narrativas decoloniais na ambiência midiatizada, em diversas tensões. Sem desconsiderar o contexto atual, que inclui a lógica neoliberal e o sistema informativo dos algoritmos, investigamos a plataforma de mídia a partir da dinâmica do circuito dos afetos e das afetações, que produz um emaranhado de interações e de testemunhos de reconhecimento mútuo. A partir das reflexões e dos achados, indicamos uma proposta de “quilombos midiáticos interseccionais” pautados por comunhões afetivas, nas quais narrativas produzidas nesses canais indicam funcionar como um catalisador da formação de tribalismos-gays-afrocentrados como táticas de sobrevivência diante da subalternização destas existências. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-11 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- BIOPOLÍTICA DE GUERRA ÀS DROGAS EM ABYA YALA
Authors: Cauê Almeida Galvão, Carlos Andrés Pérez Figueredo, Anderson Alves dos Santos Pages: 227 - 256 Abstract: A proposta deste artigo é partir da interconexão do conceito de biopolítica e biopoder de Michel Foucault e o pensamento crítico abyalense, por entendermos que se transcende à compreensão desde y para Abya Yala. A partir desse diálogo de saberes emerge uma perspectiva crítica da estruturação analítica continental da política de guerra às drogas. Com foco na crítica pedagógica ao falso-moralismo antidrogas e à hegemonia proibicionista imposta pelo norte global, se consolida a necessidade de um processo educacional para as drogas, problematizando-se assim a colonialidade histórica moderna do eurocentrismo. Como resultado, a praxis abyalense desencobre a perpetuação dos diversos dispositivos biopolíticos e motivações puritanas falso-moralistas/racialistas na constituição dos sujeitos indesejáveis. E ainda, busca-se em simultâneo, com esse artigo, consolidar as bases materiais e imateriais do Observatório de Política e Educação para as Drogas em Abya Yala – OPEDAY. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-12 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- CORPO-VOZ NA POÉTICA INDÍGENA - OUTRO MODO DE PENSAR A HISTÓRIA DO
“ÍNDIO” NA EDUCAÇÃO Authors: Débora Francisca de Lima Thomazini, Lúcio Álvaro Marques Pages: 257 - 270 Abstract: Este artigo propõe algumas reflexões sobre a imagem do indígena na Educação, na literatura indianista brasileira, e a importância da inserção da literatura escrita pelos próprios indígenas. O diálogo proposto envolve a história do apagamento do protagonismo dos povos originários e a importância da escrita indígena que retoma a história em vozes ancestrais. A partir dos anos 70, com o Movimento Indígena, a escrita desses autores começa a adquirir importância porque há um rompimento da caricatura do “índio de tinta e papel” que ainda hoje fulgura nos livros didáticos. É importante encontrar uma nova compreensão, outra racionalidade a partir dos povos originários, uma vez que a modernidade não conseguiu modificar totalmente a mentalidade de subalternidade desde o século XVI sobre esses povos. A Educação tem como desafio a construção de novas experiências pedagógicas com compreensões atualizadas sobre esses povos. A partir da importância da inserção da literatura indígena, como instrumento pedagógico, busca-se evidenciar como essas produções literárias provocam fissuras no sistema literário tradicional. Este trabalho tem como aporte teórico-pedagógico um estudo bibliográfico, de cunho qualitativo. Para ilustrar essas questões, recorre-se a recortes de obras indianistas em Gonçalves Dias e José de Alencar e analisam-se os poemas “Curando feridas”, “Versos insubmissos” e “Corporeidade” de Eva Potiguara, no livro Abyalyala Membyra Nhe’Engara – Cânticos de uma filha da terra (2022). Esta proposta está fundamentada, principalmente, na perspectiva própria escrita de indígenas, como na análise da cultura indígena por escritores como Krenak (2019), Graça Graúna (2013), Eliane Potiguara, dentre outros. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-13 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- AQUELES “AO LADO”, OS “DE CIMA”, OS “DE BAIXO” E OS “DE
FORA” Authors: Alex de Carvalho Matos Pages: 294 - 310 Abstract: Há mais de um século, instituições, intelectuais, movimentos e grupos sociais se viram diante de um mesmo desafio: fortalecer os vínculos entre os países deste território ao sul do Equador e entre o Pacífico e o Atlântico que convencionamos chamar América Latina. O presente artigo revisita os primeiros anos do século XX, momento fundacional das políticas culturais de integração do continente, quando o que já embalava o campo da literatura ganha espaço entre estudantes universitários, artistas, políticos e movimentos sociais. Para tanto, nossa abordagem percorre diversas dimensões desse debate no intuito de mapear as tensões e desafios que envolvem a configuração de tais políticas PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-15 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- CARACTERIZACIÓN DE LAS FERIAS DE LA AGRICULTURA FAMILIAR DE LA
PATAGONIA ARGENTINA Authors: GUstavo Federico Apablaza, Dirceu Basso Pages: 311 - 328 Abstract: El presente trabajo tiene como objetivo realizar la caracterización de las 53 ferias de la agricultura familiar presentes de la Patagonia Argentina presentes en las provincias de Neuquén, Río Negro, Chubut y Santa Cruz considerando elementos vinculados con su dinámica organizacional, productiva y económica. Para la realización de este trabajo fueron necesarios los siguientes procedimientos metodológicos: uso de fuentes bibliográficas y datos secundarios para la construcción del marco teórico y la estructuración del cuestionario, y la aplicación del mismo de forma presencial y remota. Se observa que las ferias promueven accesibilidad, seguridad y soberanía alimentaria para grandes porciones de la población, se encuentran distribuidas territorialmente en gran porción de ciudades, facilitan la participación social de agricultores familiares, contribuyen a la renta familiar, favorecen la participación de las mujeres y, promueven sistemas de producción sustentables. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-16 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- ABOLIÇÃO: PROMESSA DESCUMPRIMDA
Authors: Renata Cedraz Ramos Felzemburg, Dimas Pereira Duarte Junior, Bárbara Suellem Gonçalves do Nascimento, Beatriz Guimarães Machado Canto Pages: 329 - 353 Abstract: O descaso com os direitos quilombolas e o apagamento histórico da diversidade cultural são frutos da dominação colonial perpassada por séculos no Brasil. Face a essa perspectiva, o artigo investiga as razões que desencadearam a conservação da realidade de exclusão política e social dos quilombos. A questão elucidada é: quais as respostas do Estado brasileiro para o descaso frente ao dever jurídico de perseguir a concretização dos direitos pluriétnicos consagrados na Constituição Federal, em especial, consolidar os direitos ao reconhecimento e titulação dos Territórios ocupados pelos povos quilombolas' A partir da obra “Em Defesa da Sociedade” de Michel Foucault (1976), demonstrou-se que: (1) a manutenção da segregação é produzida por meio de estratégias de verticalização do poder e (2) os antagonismos se fortalecem e trazem consigo possibilidades de reconfigurações sociais. Parte-se da premissa de que o Estado brasileiro é omisso à sua obrigação de agir para a concretização dos direitos dos povos quilombolas, e, consequentemente, é responsável pela violação desses direitos. O método dedutivo é instrumentalizado no trabalho presente pela pesquisa bibliográfica e documental. Por fim, constatou-se que a negligência do Estado propicia a perpetuação de antigos domínios- pautados em desrespeito à pluralidade-, e, portanto, a ruptura desse contexto fica a cargo de mobilizações dos subjugados por meio de mecanismos concretos de tomada de consciência e ocupação dos espaços de poder. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-17 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- DEUS ACIMA DE TODOS E A VERDADE LIBERTADORA
Authors: Fábio Marques de Souza, Filipe Reis Melo, Flávio José Souza Silva, Silvia Garcia Nogueira Pages: 354 - 376 Abstract: Este artigo apresenta uma Análise Dialógica do Discurso (ADD) a respeito das influências da cosmovisão religiosa cristã na construção discursiva da Política Externa Brasileira (PEB), tendo como principal enunciado concreto o discurso de posse do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em janeiro de 2019, analisado em diálogo com o contexto socio-político-ideológico mais amplo, como a campanha presidencial que levou Bolsonaro à presidência e fragmentos do discurso de posse da Ministra das Mulheres e Direitos Humanos Damares Alves. A pesquisa conclui que a cosmovisão religiosa tem sido utilizada como um recurso retórico para legitimar ações políticas e diplomáticas do governo brasileiro, o que pode ter efeitos significativos na construção de uma identidade nacional e na relação com outros países. O estudo utiliza uma abordagem interdisciplinar, que combina os Estudos da Linguagem, da Ciência Política e das Relações Internacionais para compreender as influências da cosmovisão religiosa nas construções discursivas da PEB. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-18 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- O QUE QUER O FEMINISMO DECOLONIAL'
Authors: Fernanda Martins, Leticia Povala Li Pages: 378 - 391 Abstract: La trayectoria de Yuderkys Espinosa Miñoso, con quien tuvimos contacto en esta inspiradora entrevista, nos informa sobre las razones por las que necesitamos imaginar y poner en práctica el feminismo descolonial. Lejos de ser sólo una cuestión “epistémica”, el feminismo descolonial nos advierte sobre los peligros de seguir con el llamado “modelo civilizador”. Aquí se nos pide reflejar sobre cuáles son las consecuencias de mantener el deseo de ser parte de una forma de vida que tiene como principio la destrucción de todas y cada una de las formas de vida, basado en el capitalismo brutal, representado por el extractivismo, la deforestación, la explotación y la expoliación de cuerpos-territorios. Este proyecto de civilización y progreso destructivo que tiene sus orígenes en el mundo occidental moderno no puede reclamarse como un derecho. Las rupturas imaginadas deben ser colectivas y colectivizadas. Provocando descentrarnos, empezando por nosotras mismas, desde nuestras prácticas cotidianas, nuestras afectos y cómo contamos nuestras historias. Romper con la idea de resistencia exclusivamente de los movimientos sociales contemporáneos y aprender atentamente desde formas no antropocéntricas de apelar a la vida, que nos enseñan a través de la memoria, es decir, como nos dice la autora, que los pueblos y las vidas oprimidas de cualquier tipo incluso no humanas siempre han tenido manera de burlar la dominación, de aminorar el daño, de tratar de apelar a la vida como un principio de buen vivir. Espinosa Miñoso nos sitúa ante las heridas coloniales que permanecen abiertas y ardiendo en Abya Yala. Para que podamos comprender la lucha contra la violencia, contra la vulnerabilización de las vidas, es necesario permear matices más profundos para conectar las diferentes formas de romper con la destrucción y desear una “vida sabrosa”. Hay que insistir: la experimentación del mundo debe ser otra; la experiencia con el mundo debe ser otra. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-19 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- DESCOLONIZAR AFETOS - CAOS, CONCOMITÂNCIA E MOVIMENTO
Authors: Fernanda Martins Pages: 392 - 404 Abstract: A presente entrevista realizada por Fernanda Martins à Geni Nuñez tem por objetivo pensar como o marco colonial produz afetos e organiza os modos de vida contemporâneos. A partir da cosmogonia Guarani, Geni Nuñez aposta na descolonização como um arcabouço de práticas possíveis que coloquem em evidência e fissurem as hierarquias impostas na organização social atual. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-20 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
- MERCOSUR and the European Union:
Authors: Rafael Francisco França Pages: 406 - 409 Abstract: O livro faz uma comparação entre o MERCOSUL e a União Europeia para explicar a variação do regionalismo e expor seus limites. O projeto é baseado na ideia de que exemplos contemporâneos de regionalismo devem ser avaliados contra várias proposições de teorias de integração múltipla, em vez de contra uma única teoria. A fim de explicar sistematicamente por que e como os resultados da integração no MERCOSUL diferem dos da UE, o autor desenvolve um quadro analítico para a comparação dos dois blocos. O MERCOSUL é comparado com a UE pelo uso dos vários critérios de interdependência econômica, convergência econômica, tamanho intra-bloco e assimetrias de interesse, diversidade cultural e motivações geoestratégicas, que são identificados como os parâmetros salientes das teorias de integração. PubDate: 2024-07-30 DOI: 10.29327/2282886.8.1-21 Issue No: Vol. 8, No. 1 (2024)
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