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- Editorial
Authors: Maria Laura Bettencourt Pires Pages: 7 - 12 PubDate: 2022-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11196
- Biopolítica e pandemia: que futuro queremos'
Authors: Margarida Amaral Pages: 15 - 28 Abstract: Este artigo pressupõe que o contexto pandémico que atravessamos tem consequências negativas em termos éticos e políticos. O isolamento social mantémnos cada vez mais separados dos nossos pares e o risco da nossa sobrevivência torna legítima uma política exclusivamente centrada em preocupações vitais. Em termos políticos, esta situação pode ser compreendida como o culminar de uma biopolítica que, de acordo com Foucault, se tem instalado desde o século XVIII e que, segundo Agamben, é plenamente concretizada no mundo contemporâneo. Os textos deste autor sobre a pandemia são marcados por três características fundamentais: negacionismo, crítica à acção governativa e uma preocupação com o futuro. Este artigo sublinha esta última característica, equacionando os enormes riscos que enfrentamos quando é apenas a sobrevivência que está em causa. Contudo, é igualmente importante compreender que a radicalização da biopolítica a que assistimos no mundo actual, e que se constitui como uma novidade, traz consigo a oportunidade para pensar, que todas as crises proporcionam. É este o momento de nos questionarmos acerca do mundo pós-pandémico que queremos. Será certamente um mundo eticamente mais solidário e no qual a participação política permite discutir e exercer a liberdade e os direitos no contexto de uma vida qualificada que transcende a mera sobrevivência. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11200
- A esperança da esperança
Authors: Ana Luísa Vilela Pages: 29 - 54 Abstract: Entre o poema "Esperança", escrito por Torga em 1944 (em Libertação) e o poema "Esperança", de 1986 (no Diário), decorrem quarenta e dois anos de poesia. Outros mais poemas com o mesmo título e, sobretudo, muitos mais com o mesmo tema pontuam o lirismo do autor. Em Torga (caracterizado, simultaneamente, como representante do "desespero humanista e "criatura de esperança") - o motivo da esperança é contraditório e problemático, mas dominante, perpassando por toda a obra do autor. A partir de cinco poemas, todos eles intitulados "Esperança", e de outras cinco dezenas de composições que, com outro título, desenvolvem e problematizam o mesmo veio temático ao longo do percurso literário de Miguel Torga – procurarei, neste trabalho, identificar algumas das extensões, intersecções e implicações de um motivo que me parece configurar, em Torga, um núcleo poético elementar. Por um lado, cumprirá assinalar as directas ligações do motivo da esperança ao imaginário da morte da morte, ao canto da vitória da vida, tecida na sucessividade natural de uma temporalidade cíclica, assente na continuidade da Natureza – na "permanente rendição da vida". Por outro lado, observar-se-á, associada a este, a valorização, intermitente mas constante, de um imaginário crístico, alimentado pelas figuras do mártir - o poeta, o revolucionário, o santo – de uma forma ou de outra sempre "ressuscitado", erecto na sua humildade, no seu esforço e no seu sacrifício. Finalmente, haverá que ter em conta a sóbria, mas permanente, erotização da vida, "esta bela prostituta" – ou a eterna Natureza, que renasce, insolente, em cada manhã de seiva e na fome incontida de viver. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11201
- Como entender o cinema português' O diálogo entre a cinematografia de
Luís Ismael e de Paulo A. M. Oliveira Authors: João Rebocho, Catarina Viegas Pages: 55 - 62 Abstract: A multiplicidade conceptual encontrada na historiografia do cinema nacional é, sobretudo, inseparável das mentalidades e da época em que cada trabalho se situa. As Ciências Sociais e Humanas promoveram, nas últimas décadas, diversas incursões sobre o cinema português inclinando-se, com sucesso, sobre a componente teóricoprática. Porém, conhecendo a dificuldade em preencher salas de cinema que exibem filmes portugueses, é lançada a questão acerca do elevado grau de descomprometimento e de que lado estará a responsabilidade: do autor ou do público' A partir de uma entrevista realizada aos cineastas Luís Ismael e Paulo A. M. Oliveira, directores de uma nova vaga nacional, o actual texto esforça-se para se aproximar desta esfera cultural que, ainda levando consigo o mundo, merece uma denominação nacional. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11202
- (En)gendering translation(s): the landing on the moon (1969)
Authors: Miguel Alarcão Pages: 63 - 70 Abstract: Numa altura em que, passado pouco mais de meio século, a exploração de Marte parece anunciar uma nova "era espacial", este curto ensaio visa partilhar algumas ideias soltas e breves notas inspiradas por um dos maiores e mais épicos acontecimentos científicos e tecnológicos do século XX: a chegada à Lua (Julho de 1969). PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11203
- Ler literatura na idade dos porquês: a importância da investigação em
literatura para a infância e juventude a partir dos estudos literários Authors: Cláudia Sousa Pereira Pages: 78 - 98 Abstract: Analisam-se casos de autores centrais e canónicos da literatura portuguesa contemporânea que, pontual e esporadicamente, escreveram textos dados a ler, ou propositadamente dirigidos, a leitores infanto-juvenis: Vergílio Ferreira, José Saramago e António Lobo Antunes. Pretende-se realçar a importância da investigação no campo de estudos deste subsistema literário, na perspectiva de definição de literatura como sistema, desenhada por Itamar Even-Zohar. Se as obras neste subsistema se caracterizam pela multimodalidade, ou uso de diferentes linguagens para além da verbal que, muitas vezes, é de ocupação mínima das páginas, a abordagem a partir dos estudos literários não pode, em opinião que se argumentará, nem deixar de relacionar a sua especificidade de análise e interpretação com essas outras formas de comunicação estética, nem deixar que as suas metodologias de criação e leitura secundarizem a arte verbal que, sem polémicas, define, ou vai definindo, o que é literatura. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11204
- O Programa Fulbright e as oportunidades que oferece a instituições
portuguesas, estudantes, professores e investigadores portugueses e americanos Authors: Dora Arenga, Dorian Rosca, Sofia Wahnon Pages: 99 - 108 Abstract: As bolsas do Programa Fulbright oferecem a estudantes e professores portugueses a oportunidade de estudar, lecionar ou fazer investigação nos Estados Unidos da América, bem como a estudantes e professores americanos a oportunidade de desenvolver o mesmo tipo de atividades em Portugal. As instituições de ensino superior portuguesas têm à disposição oportunidades para receberem assistentes de inglês, investigadores e professores norte-americanos. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11205
- Human rights, why and what for'
Authors: Américo Pereira Pages: 109 - 126 Abstract: A presença constante de actos bárbaros ao longo da história da humanidade exige o "império do estado de direito", de modo a evitar a continuação de tão trágica tradição; a Declaração dos Direitos Humanos é a base para tal império da Lei. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11208
- Mallarmé’s choreography: an interpretation of "Un Coup De
Dés" Authors: Daniel Drake Cascão Pages: 127 - 138 Abstract: Num ensaio sobre a dança, Mallarmé escreveu sobre uma "écriture corporelle" ou uma "escrita corporal". Estudos focados no seu poema "Un Coup de Dés" têm aludido à inversão desta ideia, sugerindo que Mallarmé procurou escrever o corpo ou, por outras palavras, soletrar o movimento de um bailarino pelas páginas. Um trocadilho com a palavra "coreografia" sugere possíveis interpretações ligadas à dança, à literatura e à interligação entre estas. PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11209
- Narrativa(s), medicina(s), humanidade(s): lições de Júlio
Dinis Authors: Miguel Alarcão Pages: 139 - 154 PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11210
- Pessimism and optimism
Authors: Maria Laura Bettencourt Pires Pages: 155 - 174 Abstract: Pessimismo é uma visão do mundo que está ligada às condições de vida e uma tendência para ver o pior aspecto das coisas, atitude essa que, inevitavelmente, leva ao desespero. Pode, contudo, também fazer com que as pessoas se acautelem de ameaças, ajudando-as assim a sobreviver, embora Schopenhauer, com o seu pessimismo filosófico, quisesse eliminar a esperança. Nos tempos difíceis em que hoje vivemos, creio que ficou demonstrado que tanto os pessimistas como os optimistas se tornam mais fortes e mais eficientes quando trabalham juntos. O tema do pessimismo e do optimismo inspirou escritores, pintores e músicos em todo mundo. Entre os escritores mais famosos, como Goethe, Dostoievsky, Baudelaire e Sá Carneiro, que já foram considerados os "Santos Padroeiros do Pessimismo", distingo Voltaire com a sua obra de arte Candide, ou L'Optimisme. Músicos célebres, como Mahler, Shostakovich e Chopin, e pintores, como Goya e Donald Sutton, também foram inspirados pelo tema. Embora também haja optimistas eminentes, como Leibniz, os jovens, actualmente, ao verem o seu futuro tão incerto, parecem ter uma visão pessimista do mundo, como é evidente nas letras de inúmeras das mais populares canções que eles tanto apreciam. Concluo o meu artigo com uma citação de George Bernard Shaw, que disse: "Tanto os optimistas como os pessimistas contribuem para a sociedade. O optimista inventa o avião e o pessimista o paraquedas." PubDate: 2021-12-01 DOI: 10.34632/gaudiumsciendi.2021.11211
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