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- EDITORIAL
Authors: Isabel Lousada Pages: 001 - 006 Abstract: Editorial PubDate: 2022-12-18 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.705 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- LITERATURAS DA AMÉFRICA LADINA: UM PERCURSO PELAS LITERATURAS DE
AUTORIA NEGRA LATINO-AMERICANA Authors: Liliam Ramos Pages: 119 - 140 Abstract: Este artigo propõe uma reflexão panorâmica das literaturas de autoria negra latino-americana publicadas nos séculos XIX, XX e XXI com base no conceito de amefricanidade idealizado pela antropóloga brasileira Lelia González na intenção de apresentar os diálogos afro-latino-americanos propostos pelas populações em diáspora forçada no processo colonial da América Latina de línguas francesa, espanhola e portuguesa. Começando com a pergunta elaborada pelo pesquisador Jerome Branche: quando, onde, por que e sob quais condições a escravidão e a opressão racial produziram uma consciência negra, serão apresentados, a partir da análise de romances e poemas, os conceitos de malungaje (Branche) e quilombismo (Nascimento) que, em conjunto com amefricanidade (González), confirmam redes de identificação afro-latino-americana, cujos diálogos têm vindo à tona com grande força nas universidades brasileiras devido ao ingresso e às reivindicações de alunas e alunos negras e negros, principalmente pelo sistema de cotas. Pretende-se, com esta reflexão, auxiliar o trabalho de professores universitários na formação de professores da educação básica brasileira que, através da obrigatoriedade das leis 10.639/03 e 11.645/11, devem trabalhar em sala de aula as culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, contribuindo, assim, para a formação de cidadãos conscientes das desigualdades sociais que o projeto colonial impôs às populações não-europeias da América Latina. PubDate: 2022-12-18 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.565 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- OLHARES CRUZADOS SOBRE O(S) FEMINISMO(S) E A EDUCAÇÃO FEMININA EM
PORTUGAL E NO BRASIL NOS ALVORES DO SÉCULO XX DE CARLA BAPTISTA DE FREITAS Authors: Ana Isabel Moniz Pages: 227 - 232 Abstract: Recensão Crítica PubDate: 2022-12-18 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.686 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- ÍNDICE DE AUTORAS DAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
(1841-2021) Authors: Fabio Mário da Silva Pages: 233 - 236 Abstract: Os estudos das literaturas africanas no Brasil se tornaram mais evidente após a lei de nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que alterou a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelecia “as diretrizes e bases da educação nacional”, com uma incisão para incluir currículo “oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’ na sua componente curricular”. Décadas antes, algumas universidades e professores/as foram pioneiros/as nesses estudos, inclusive uma das autoras da obra que agora se resenha, Francisca Zuleide Duarte de Souza, que em parceria com seu ex-orientanda de doutorado, Izabel Cristina de Oliveira Martins, vem dar voz e destaque a autoria feminina africana em língua portuguesa com a obra intitulada Índice de autoras das literaturas africanas de língua portuguesa. PubDate: 2022-12-18 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.684 Issue No: Vol. 5, No. 2 (2022)
- A Fortaleza de Santa Catarina de Ribamar (Portimão) no Século XVIII: O
que nos Conta a História e a Arqueologia da Arquitetura' Authors: Bruna Galamba First page: 7 Abstract: A Fortaleza de Santa Catarina de Ribamar, em Portimão, foi construída no início do século XVII, de forma a prover segurança à população local. As ameaças de piratas e corsários eram uma constante. Apesar de a sua construção ser sólida, seguindo as normas da arquitetura abaluartada, quando chega ao século XVIII, é confrontada com três abalos de terra significativos. Em 1719, em 1722 e, em 1755, o mais conhecido de todos os terramotos, a fortaleza é fustigada pelas forças da natureza, tendo ainda, ficado submersa com o maremoto de 1755. Os sismos provocaram a ruína parcial da estrutura. Só em 1758 e em 1794 se dava por reparada a fortaleza, possibilitando a vivência do Capitão e soldados e a defesa ativa da margem direita do rio. Em 2020, em virtude de um levantamento fotogramétrico à estrutura, e a necessidade de estudar o sistema defensivo para requalificação futura, um estudo pela perspetiva da Arqueologia da Arquitetura entendeu-se como necessário. O século XVIII, deixou marcas na estrutura, permitiu a evolução do espaço e a fixação de novas entidades. Este artigo pretende dar a conhecer estas mudanças. PubDate: 2022-04-02 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.509
- A REAL FÁBRICA DE PORCELANA DA VISTA ALEGRE, O REI D. FERNANDO II E A
CONDESSA D’EDLA, PARTE 1 Authors: António Francisco Arruda de Melo Cota Fevereiro First page: 27 Abstract: No Palácio Nacional da Pena há parte de um serviço de mesa e de sobremesa Vista Alegre com o monograma coroado do Rei D. Fernando II, que se sabe ter sido inventariado em 1887, após a sua morte, e adquirido depois do seu segundo casamento em 1869 com a Condessa d’Edla, mas recentemente tem sido divulgado que os serviços foram oferecidos ou encomendados em 1852 ao monarca pela Vista Alegre. Efetivamente, temos vindo a encontrar documentação que cabalmente comprova que foram adquiridos em 1867 conjuntamente com outros, cotejada com bibliografia e peças existentes em instituições museológicas. Este estudo foi complementado com outras peças da mesma porcelana que pertenceram a ambos e é aqui dado a conhecer. PubDate: 2022-10-03 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.596
- Escola de Reforma: O nascimento do cárcere feminino no Brasil
Authors: Débora Karpowicz First page: 61 Abstract: O objetivo deste trabalho será apresentar o nascimento da prisão feminina no Brasil através do estudo de caso da Escola de Reforma, de modo a verificar as condicionantes que contribuíram para o surgimento desta instituição enquanto modelo prisional administrado pela congregação de freiras do Bom Pastor. Para tanto, as fontes que respaldam esta pesquisa foram múltiplas. A metodologia utilizada foi a análise documental através da pesquisa qualitativa de análise de conteúdo e discurso. O trabalho irá analisar o nascimento da prisão feminina a partir dos seus opressores morais – igreja, estado e sociedade –, que buscaram traçar um perfil de comportamento para as mulheres daquele contexto na tentativa de excluir da sociedade os comportamentos desviantes. Conclui-se que desde o nascimento da primeira prisão feminina no Brasil, estado, sociedade e igreja foram agentes que moldaram comportamentos no intuito de determinar papeis às mulheres, travestidos com a ideia de fazer o bem através da “ressocialização e preservação da moral”. PubDate: 2022-04-02 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.462
- O 'Número Extraordinário' da Revista Brasil-Portugal e o 4.º
Centenário do Descobrimento do Brasil Authors: Júlio Silva First page: 103 Abstract: A Revista Brasil-Portugal (1889-1914) foi um periódico luso-brasileiro pertencente à Belle Époque das revistas ilustradas na viragem do século XIX europeu, dirigido às elites políticas e sociais do Brasil e de Portugal. Desenvolveu um projeto muito específico de construção de uma comunidade cultural luso-brasileira, através da divulgação nas suas páginas de inúmeros textos literários e gravuras de poetas, escritores e artistas portugueses e brasileiros. No entanto, também foi responsável pela edição de outras publicações como álbuns, almanaques e um número extraordinário em 1900. Este ano, em comemoração dos 400 anos da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, o Brasil desenvolveu inúmeras iniciativas para comemorar este momento fundador da história nacional. Neste estudo, analisamos a natureza desta publicação e as características e conteúdos de sua edição que permitiram considerá-la pelo público e pela imprensa da época, tanto um livro, um álbum e um número especial da Revista Brasil- Portugal. PubDate: 2022-04-02 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.493
- AS MARGENS VISTAS DE FORA: DOIS FENÓMENOS SINGULARES DA HISTÓRIA DA
LITERATURA BRASILEIRA DOS SÉCULOS XX E XXI Authors: Alva Martínez Teixeiro First page: 141 Abstract: O artigo pretende radiografar dois fenómenos de sinal contrário que marcam a compreensão das ‘margens’ da literatura brasileira contemporânea. Em primeiro lugar, refletiremos sobre a incomum importância que, gradativamente, adquiriu no Brasil a conquista de um ‘lugar de fala’ para representações e discursos não hegemónicos do ponto de vista social e cultural, tais como a literatura periférica ou a literatura migrante. Em segundo lugar e por oposição a essa admirável abertura, que deu uma notável especificidade à literatura brasileira, ponderaremos a permanência de uma certa inflexibilidade relativamente à entrada no cânone brasileiro de certos discursos híbridos e heterodoxos do ponto de vista literário e artístico – tais como as excelentes propostas de Flávio de Carvalho, Hélio Oiticica ou Nuno Ramos –, um fenómeno incompreensível, se tivermos presente a mencionada integração e canonização de outras heterodoxias e ‘margens’ literárias nas últimas décadas e, sobretudo, a centralidade da ‘tradição da antitradição’ na História da Literatura brasileira. PubDate: 2022-07-06 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.537
- A NARRATIVA TRADICIONAL COMO RUÍNA NO CONTO BOLA DE SEBO, DE GUY DE
MAUPASSANT Authors: Nelma Santos First page: 155 Abstract: A partir do conto Bola de Sebo, escrito por Guy de Maupassant (1850-1893), pretendemos apresentar o modo como o autor trabalha com dois planos narrativos, a saber: o primeiro plano, em que narra uma história no contexto da guerra Franco-Prussiana, século XIX, e o segundo plano em que o autor nos remete ao poema romanceado da tradição oral, intitulado Il était un petit navire. Essa narrativa, que é apenas mencionada numa frase, configura-se como uma espécie de ruína ou fragmento que sustenta a estruturada narrativa de primeiro plano ou superfície. Considerando que temos duas estruturas narrativas, optamos pelo método comparativo entre as estruturas narrativas como método de análise e assim chegamos à conclusão de que a tese de Ricardo Piglia se confirma naquilo que concerne a todo conto sempre contar duas histórias, bem como reconhecemos a importância da ruína ou fragmento como matéria nobre para criação literária, conforme observou Walter Benjamin sobre sua importância na criação barroca. PubDate: 2022-10-03 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.531
- FRANCISCO DE ASSIS (1181 OU 1182): UM PARADOXO DO SEU TEMPO
Authors: Josineide Siqueira de Santana, Verônica dos Reis Mariano Souza First page: 165 Abstract: O objetivo deste artigo é conhecer e dialogar com o contexto sócio-histórico da vida de Francisco de Assis, buscando apresentar seu itinerário, numa comunicação entre a personagem e seu tempo, além de mostrar seu aporte para o mundo atual, por meio de sua concepção. Nascido em Assis, 1181 ou 1182, filho de Pietro di Bernadone e Jeanne di Bernardone, o jovem Giovanni di Pietro di Bernadone, apelidado de Francesco por seu pai, notabilizou-se, entre outras coisas, por sua forma radical de vida. Sua trajetória se encontra, principalmente, em seus testamentos e nas fontes franciscanas. Francesco é conhecido por revolucionar a Igreja, sem, no entanto, afastar-se dela. Munido de um pensamento de unidade e fraternidade, conseguiu, de forma rara, transcender o tempo, até os dias atuais. O pensamento de Francisco colaborou visão de mundo voltada à unidade dos povos, da diplomacia, meio ambiente e cultura de paz. Para escrita deste artigo foram utilizados os pressupostos teóricos-metodológicos da História Cultural, e para contribuir ao entendimento do homem de Assis, a bibliografia conta com autores como Foucault (1989), Le Goff (2005a – 2005b), Duby (1978, 2017), Franco (2001), além de Fassini (2004), entre outros. PubDate: 2022-08-10 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.536
- AS ESCULTURAS DE SANTOS COMO EXPRESSÃO DA ARTE E DA RELIGIÃO
MATERIAL BRASILEIRAS Authors: Marco Antonio Fontes de Sá First page: 179 Abstract: Este artigo trata da arte de esculpir santos de madeira e de barro no catolicismo brasileiro como forma de materializar a experiência religiosa de artesãos e devotos. Partindo de um breve resumo sobre a história da devoção às imagens na formação do catolicismo devocional no Brasil colonial, apresenta um recorte do cenário da arte santeira atual, produzida em vários estados brasileiros, mostrando como ela, eventualmente, se desvinculou da arte sacra e passou a produzir imagens com características pessoais concebidas por cada artesão, que as distinguem e transformam em objeto de arte e de consumo, desejadas por colecionadores, nem sempre devotos. PubDate: 2022-05-10 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.489
- REPENSANDO A TURISTIFICAÇÃO COMO PROCESSO DE LONGO PRAZO
Authors: António José Marques Silva, Rossana Andreia Neves dos Santos First page: 199 Abstract: Na última década, assistimos à proliferação de movimentos de contestação à turistificação. Antes da pandemia do COVID-19, o fluxo intenso e desordenado de viajantes nos destinos mais populares era apontado como causa de diversos efeitos negativos no quotidiano dos seus habitantes. Um deles é a degradação de seu património cultural imaterial (PCI), incluindo os legados culinários. Os estudos que focam essa questão têm vindo a multiplicar-se em diferentes áreas disciplinares. No entanto, as abordagens adotadas levam apenas em conta as consequências imediatas desse fenómeno, que podem ser observadas durante os trabalhos de campo. Este artigo irá explorar um novo trilho. Partindo do pressuposto de que o património cultural resulta de uma construção social na longa duração, a perspetiva do historiador impõe-se para ver o quadro geral. O caso de estudo da cozinha madeirense vai permitir-nos perceber o impacto duradouro dos hóspedes no PCI das comunidades de acolhimento. A Madeira é um dos destinos mais antigos do mundo, com uma indústria hoteleira em atividade desde o início do século XIX. Por outro lado, numerosos documentos atestam a evolução dos padrões alimentares da sociedade insular não apenas neste período, mas também antes e depois. Deste ponto de vista, é um verdadeiro laboratório vivo que permite monitorizar o impacto sociocultural do turismo. O objetivo final é demonstrar que os estudos sobre a turistificação devem ter também em atenção a “longue durée”. PubDate: 2022-07-10 DOI: 10.29073/heranca.v5i2.600
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