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Caderno Seminal
Number of Followers: 0 ![]() ISSN (Print) 1414-4298 - ISSN (Online) 1806-9142 Published by Universidade do Estado do Rio de Janeiro ![]() |
- EDIÇÃO COMPLETA
Authors: Caderno Seminal
PubDate: 2022-02-10
- APRESENTAÇÃO
Authors: Diógenes Buenos Aires, Eliane Debus, Flavio García
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.64736
- MARCAS DA ORATURA EM CONTOS DE MOÇAMBIQUE
Authors: Camila Knebel Fenner, Demétrio Alves Paz, Alfeu Sparemberger
Abstract: No presente artigo buscamos evidenciar elementos característicos do processo de oratura nas literaturas africanas de língua portuguesa, tendo como corpus de análise os dez volumes da coletânea “Contos de Moçambique”, que apresentam releituras de histórias da tradição oral moçambicana. Na análise dos contos da coleção, consideramos a oratura como união de elementos de duas tradições – oral e escrita –, revelando características constantes dessa junção. Para evidenciá-las, nos baseamos, principalmente, nos estudos de Amadou Hampâté Bâ (2010), Vansina (2010), Moreira (2005), Portugal (1999), Fonseca (2015), Fonseca e Cury (2008), Macêdo e Chaves (2007) e Rosário (1989).
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59404
- CELESTE, A BONECA COM OLHOS VERDES DE ESPERANÇA: O IMAGINÁRIO INFANTIL
DE SÓNIA SULTUANE
Authors: Sávio Roberto Fonseca de Freitas
Abstract: O objetivo deste estudo é desenvolver uma análise da obra literária infantil Celeste, a boneca com olhos cor de esperança (2017), da escritora moçambicana Sónia Sultuane. Movida pela sensibilidade ocular desbravadora de mundos e de humanitarista declarada, Sónia Sultuane faz migrar a poesia para a literatura infantil. Joana é uma personagem infantil que representa o exercício da solidariedade, da saúde coletiva e da consciência humaitária. Ao contar esta estória, Sultuane mostra que o mundo contemporâneo está muito tóxico e a literatura é um caminho para o exercício da humanidade. Alguns aspectos são levados em consideração na análise: a oralidade, o humanitarismo e o imaginário infantil no feminino. Como suporte teórico, ancoramos nossas análises em posicionamentos de: (CANDIDO, 2011, p. 172). (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2006, p.653), (MOREIRA, 2005, p.31), (BACHELARD, 1990. p. 6), (SECCO, 2007, p.9-10) e (CHIZIANE&MARTINS, 2018, p.27).
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59547
- INFÂNCIAS MÚLTIPLAS NA COLEÇÃO VIAGENS COM A CABAÇA MÁGICA DE
ANGELINA NEVES
Authors: Eliane Santana Dias Debus, Zâmbia Osório dos Santos
Abstract: Este artigo busca trazer à cena a produção literária da escritora moçambicana Angelina Neves, em particular a Coleção Viagens com a cabaça mágica, um conjunto de 11 títulos. Diante disso, analisa-se aqui os três primeiros títulos, datados da década de 1990, a saber: Na aldeia de Chai, em Cabo Delgado (NEVES, 1996a), Em Inhambane fui apanhar tangerinas (NEVES, 1996b) Em Gaza fui saber sobre Ngungunhana (NEVES, 1999a). Nessa reflexão, busca-se trazer as características da Coleção, demarcar a representação de infância nas personagens e na projeção de leitores, na construção de uma Moçambique independente pós-guerra civil.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60297
- REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA EM NARRATIVAS DE MIA COUTO: A CRIANÇA ENTRE
A FICÇÃO E A HISTÓRIA
Authors: Eloísa Porto C. Allevato Braem, Lina Paula Jasbick Tonack Beckmann
Abstract: O presente artigo analisa algumas representações da infância em narrativas literárias de Mia Couto, em diálogo com a História. Nessa tarefa, partimos de definições da infância elaboradas por estudiosos do assunto, como Ariès (1981), Foucault (1995), Heloiza Castro (2019), Betina Hillesheim e Neuza Guareschi (2007). Consideramos também tratados internacionais, ratificados por Moçambique, e estudos sobre a infância moçambicana, como os de Celestino e Pastore (2018), Pastore e Barros (2016). Além disso, tecemos alguns diálogos com a fortuna crítica à obra coutiana, que conta com nomes como os de Francisco Noa (2019), Moema Marques (2012) e Petar Petrov (2014), entre outros. Com isso, esperamos contribuir para uma mais ampla compreensão da situação das crianças representadas na narrativa literária do escritor moçambicano Mia Couto.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60396
- A PERSONAGEM HERÓI INFANTOJUVENIL NA CONTÍSTICA DE MIA COUTO SOB A
PERSPECTIVA DOS ESTUDOS NARRATIVOS
Authors: Flavio García
Abstract: Kanova e o segredo da caveira, de Pedro Pereira Lopes, corresponde ao volume 6 da coleção Contos e Histórias de Moçambique, da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa, e ao volume 5 da coleção Contos de Moçambique, da Editora Kapulana. A coleção, com dez livros, foi inspirada no desejo de Nelson Mandela de “que a voz do narrador de contos nunca morresse em África e que as crianças nunca perdessem a capacidade de ampliar os seus horizontes do mundo com a magia dos relatos”. Suas narrativas são recriações de contos e lendas da tradição oral moçambicana. Este ensaio atém-se à figuração valorada positivamente em termos axiológicos, éticos, morais, sociais, psicológicos de Kanova, a jovem personagem protagonista herói da narrativa recriada por Lopes, que desempenha ações e, interpondo-se à morte, resgata sonhos e os perpetua. Assim, Lopes atende, simbólica e metaforicamente, ao desejo de Mandela.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.61034
- MAMANA FANISSE, DE JOSÉ CRAVEIRINHA: ONDE A ESCRITA CARREGA DOR
Authors: Avani Souza Silva
Abstract: Resumo: José Craveirinha foi um poeta e escritor dos mais engajados em Moçambique contra a colonização portuguesa. Foi também um dos primeiros poetas moçambicanos a assumir os valores da Negritude e da Moçambicanidade. Sua poética é inspirada no cotidiano de seu país, que ele toma como metonímia da África: identidade africana, memórias familiares e também a fome, o abandono, a miséria, o racismo, a falta de oportunidades, a doença e a morte. A infância é um tema importante na prosa do escritor, em que ele mostra a miséria e abandono a que as crianças estavam relegadas durante o colonialismo português. Para mostrar esse aspecto da obra de Craveirinha, analisaremos o conto “Mamana Fanisse”, do livro Hamina e outros contos, apontando diálogos intratextuais na obra que reforçam o tema. Com base na noção de identidade e resistência cultural concebidos por Stuart Hall (2006) focalizaremos os elementos identitários utilizados na obra pelo escritor que reforçam essas noções, como a música por exemplo.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59393
- MEMÓRIAS DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA NO ESPAÇO AFRICANO EM CADERNO
DE MEMÓRIAS COLONIAIS, A ÁRVORE DAS PALAVRAS E O RETORNO
Authors: Cristina Arena Forli
Abstract: Tendo em vista a preponderância da utilização de memórias da infância e da adolescência na literatura contemporânea e a problematização da experiência do colonialismo português na África, este artigo tem como enfoque a análise dessas memórias em relação ao espaço do continente africano. Para tanto, optou-se por utilizar como corpus os seguintes romances: Caderno de memórias coloniais (2009), de Isabela Figueiredo, A árvore das palavras (1997), de Teolinda Gersão, e O retorno (2012), de Dulce Maria Cardoso. Essas narrativas enfatizam o processo de formação desses sujeitos, que ocorre em concomitância a um momento histórico extremamente violento como é o colonialismo. Compreende-se essas memórias como subterrâneas (POLLAK, 1989) devido ao fato de assumirem a via da contramão do discurso histórico oficial. Dessa forma, o despertar para si e para o mundo acontece pelos olhos de quem vê com estranhamento muitas das ações tidas como naturais por adultos devido ao fato de estarem menos condicionados a um sistema disciplinar (FOUCAULT, 2004). Compõem o aporte teórico deste estudo autores como Maurice Halbwachs, Michael Pollak, Michel Foucault, entre outros.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60262
- INFÂNCIA DIASPÓRICA - CAMINHOS (RE)INVENTADOS PELA POESIA BALDIO, DE RUI
KNOPFLI E PELO CONTO O BARRIGUDO, DE HÉLDER MUTEIA
Authors: Edimilson Moreira Rodrigues, Paulo Henrique Carvalho dos Santos
Abstract: Objetivamos traçar uma viagem-experiência da infância diaspórica através do conto O Barrigudo, de Muteia, na companhia da poesia africana de expressão portuguesa, Baldio, onde o poeta Rui Knopfli, “em seu estado primeiro e embrionário de ser, infantil e poético, mágico e mítico”, nos guia sobre o eixo referencial da memória como percurso da história social e literária africana, no tempo-ritmo da infância, qual pátria imaginária. Nesta mobilidade cultural e literária, usamos alguns excertos de Virgílio de Lemos, como líquido revigorante dessa incursão mnemônica e, sempre que possível, em diálogo com outros meninos dos poetas da literatura infantil brasileira. Descobrir o sentido do conto e do poema, proporcionou-nos destruí-los em suas partes avassaladoras, neutralizando sentidos, imagens, metáforas e metonímias, em proveito da excepcionalidade criadora de Knopfli e Muteia que se traduzem nos poetas-cronista africanos, isto sem olvidar a contribuições de Virgílio de Lemos.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59542
- INFÂNCIA, EXPERIÊNCIA E MEMÓRIA NA OBRA O DIA EM QUE NÃO VOLTEI A
CASA, DE NGO NUNI
Authors: Diana Navas, Evandro Fantoni Rodrigues Alves
Abstract: As ideias de Infância, Experiência e Memória são muito caros e estão muito presentes na Literatura, seja no âmbito da produção ficcional propriamente dita, seja no âmbito da crítica literária. O presente artigo visa estabelecer uma relação entre essas três ideias e a obra O dia em que não voltei a casa, de Ngo Nuni. Para isso, apresentamos de forma sintética as formulações teóricas de Philippe Ariès, Neil Postman, Walter Benjamin, Giorgio Agamben, Perry Anderson e Jeane Marie Gagnebin – para as ideias de Infância, Experiência e Memória, respectivamente – bem como alguns dos principais fatos históricos acerca do Movimento pela Libertação de Cabinda, a partir das palavras de Eric Hobsbawn, Leila Leite Hernandez, e Eugênio Costa Almeida. A partir daí, procedemos à análise de algumas das narrativas apresentadas por Ngo Nuni em sua obra, procurando entender de que forma o cenário de guerra impactou em sua infância, e que tipo de experiências e memórias foram cristalizadas em O dia em que não voltei a casa, uma obra que ao mesmo em que possui uma elevada qualidade estética, denuncia os incontáveis crimes cometidos contra o povo de Cabinda.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59555
- A BICICLETA QUE TINHA BIGODES’ E A CARTA DO MENINO N
Authors: Izabel Cristina da Rosa Gomes dos Santos
Abstract: O presente texto propõe desvelar o lugar da infância a partir das crianças narradoras apresentadas pelo escritor angolano Ondjaki. O estudo propõe-se a um diálogo com a obra literária A Bicicleta Que Tinha Bigodes(2012) e a pluralidade da infância presente nas discussões de Larrosa (2004), Kohan (2010), Kramer (2009). Nesse sentido, ancorou-se em uma escolha metodológica a partir das contribuições das diferentes áreas do conhecimento e suas relações com a infância. Ressalta-se, também, as contribuições do pensamento africano acerca do cuidado de si e do outro, ou seja, uma ética da sensibilidade, constituída pelo equilíbrio das relações de existência, pois há seres coisas e há seres humanos que se harmonizam em convivência plena. Ainda por este estudo, evidenciou-se o que a literatura provoca-nos a pensar acerca das infâncias, da alteridade e da ancestralidade. A ideia central deste texto pauta-se em uma permeabilidade conceitual que possa ser aporte para pensar qual é o lugar da infância, a partir das imagens literárias da obra mencionada e do contexto angolano de resgate de afetos e defesa de um poder político pós-independência que se assentava como hostil e belicoso. Talvez também seja possível pensar que a importância da infância seja equivalente a um resgate da utopia, tal como a revolução foi a utopia da geração anterior aos anos 80. Essas escolhas, em busca de entrecruzar literatura e infância, permitiram um olhar ao que diz o Menino N, ou menino narrador, em narrativas de uma infância vivida em Angola, em um momento histórico marcado pela guerra civil e pela presença soviética e cubana em Angola. Importa dizer de um narrar a vida ainda em estado de infância.Palavras-chave: Infância. Menino N. Ondjaki.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60261
- IMAGENS DA INFÂNCIA EM PRECISAMOS DE NOVOS NOMES, DE NOVIOLET
BULAWAYO
Authors: Shirley de Souza Gomes Carreira
Abstract: O texto propõe a análise do romance Precisamos de novos nomes, da escritora zimbabuense NoViolet Bulawayo pelo viés da representação da infância. Embora não seja uma obra especificamente destinada a crianças e jovens, a autora promove uma leitura contundente da condição de vida de muitas crianças africanas no mundo contemporâneo. Sem apelar para a tradição tão presente nos povos africanos, Bulawayo cria uma narradora de dez anos que, apesar de ser ainda uma criança, é suficientemente capaz de compreender o mundo em que vive, descrevendo-o em toda a sua crueza e acalenta o sonho de emigrar para os Estados Unidos. O romance se divide entre a infância na África e a experiência da migração e convoca o leitor à reflexão sobre os conflitos gerados pela crise de pertencimento.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60387
- ALTERIDADE E IDENTIDADE EM MEU PEQUENO PAÍS, DE GAËL FAYE
Authors: Leila Cristina de Melo Darin, Marina Ribeiro Candido
Abstract: A busca do Eu e o confronto com o Outro têm se tornado um tema cada vez mais presente nas obras literárias contemporâneas, o que justifica o interesse em refletir sobre questões relativas à alteridade e à identidade a partir da análise do livro Meu pequeno país (2018), do escritor burundiano Gaël Faye. A narrativa, com fortes indícios autobiográficos, sugere uma reescrita da história, uma tentativa de definir, partindo do que o narrador não é (o Outro), a sua própria identidade (um Eu fragmentado). Pretendemos demonstrar como se dá a retomada da infância e a rememoração desse espaço-tempo da felicidade. O apoio teórico conta com Hall (2006), Silva (2014), Brugioni (2019) e Dutra (2012).
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59538
- INFÂNCIA, VANGUARDA E LITERATURA AFRO-ANTILHANA EM LUIS PALÉS
MATOS
Authors: Alejandra Judith Josiowicz
Abstract: O artigo propõe uma análise da cena da infância em uma seleção dos escritos do poeta porto-riquenho Luis Palés Matos (1898-1959) através da relação com a cultura afro-antilhana. Examino a infância na cultura afro-antilhana em dois níveis diferentes: no nível da forma estética – na experimentação com a oralidade infantil -, e no nível das representações sociais, culturais e étnico-raciais, da herança africana nas Antilhas. Esses dois níveis da cena infância apontam para o projeto de transformar a relação entre o discurso estético e a coletividade por meio da criação, no marco do Porto Rico moderno, de uma nova compreensão da cultura, que aponte ao questionamento da versão hegemônica da identidade nacional como puramente hispânica e branca, e assinale a relevância da cultura afro-antilhana para pensar a língua, a música, a religião, o mito e a subjetividade em Palés Matos.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59495
- SOB A PELE DA ALMA: NICOLÁS GUILLÉN E A POESIA PARA
CRIANÇAS DE QUALQUER IDADE
Authors: Rosane Maria Cardoso
Abstract: RESUMO: Nicolás Guillén, poeta cubano conhecido pelo seu ativismo político e social, valeu-se da experiência pessoal e das andanças pelos bairros pobres de La Habana para pensar sobre o mundo cubano que o envolvia totalmente. O poeta dedicou parte de sua extensa obra à infância. Este artigo apresenta algumas reflexões a respeito da poesia de Guillén para crianças e de temas relacionados ao racismo e à identidade cubana. Discute-se, na análise, os modos como o poeta recusa uma “poesia negra” para chegar a uma poesia cubana, isto é, pautada na transculturação. O objetivo deste estudo é enfatizar o papel social da literatura na vida dos leitores de qualquer idade. Além do valor estético, emocional e cognitivo, ler e/ou ouvir aproxima adultos e crianças do entorno cultural, através do qual é possível (re)conhecer a si e ao outro. ABSTRACT: Nicolás Guillén, a Cuban poet known for his political and social activism, used his personal experience and wanderings through the poor neighborhoods of La Habana to think about the Cuban world that fully involved him. The poet devoted part of his extensive work to childhood. This article presents some reflections on Guillén's poetry for children and themes related to racism and Cuban identity. The analysis discusses how the poet refuses a "black poetry" to reach a Cuban poetry that is, based on transculturation. The purpose of this study is to emphasize the social role of literature in the lives of readers of any age. In addition to the aesthetic, emotional, and cognitive value, reading and/or listening brings adults and children closer to the cultural environment, through which it is possible to know and recognize oneself and others.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60175
- ENTRE BRINCADEIRAS, PERFÍDIA E SUFOCAMENTO: INFÂNCIAS NEGRAS NA
(PÓS-)COLONIALIDADE EM NARRATIVAS DO CARIBE FRANCÓFONO E DO BRASIL
Authors: Vanessa Massoni da Rocha
Abstract: Este artigo se propõe a estudar os retratos romanescos da infância em quatro obras afrodiaspóricas das Américas e, para tal, promove interfaces entre duas narrativas do Caribe de expressão francesa e duas obras brasileiras. No intuito de cartografar a infância de crianças negras, ao longo do período colonial, contempla-se os romances La mulâtresse Solitude (1972), de André Schwarz-Bart, e Água de barrela (2016), da carioca Eliana Alvez Cruz, que expõem a condição de “brinquedo humano” (CRUZ, 2018, p. 87). Rebaixadas ao mais vil dos lugares, as crianças-brinquedos ilustram a “coisificação” (CÉSAIRE, 2020, p. 24) ou a “animalização” (KILOMBA, 2019, p. 79), estados nos quais ocorrem a destituição da humanidade dos pequenos. Centrados na pós-colonização, os livros Un cœur à rire et à pleurer – contes vrais de mon enfance (1999), da guadalupense Maryse Condé, e Ponciá Vicêncio (2006), da mineira Conceição Evaristo, denunciam que “as antigas práticas coloniais deixaram resquícios” (ALMEIDA, 2019, p. 125) que continuam a operar na contemporaneidade, cindindo de maneira profunda as relações, a engrenagem social e a história da humanidade.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59546
- TAYÓ E AKIN: INFÂNCIAS NO ESPAÇO (NÃO) ESCOLAR NA LITERATURA PARA
CRIANÇAS E JOVENS
Authors: Leandro Passos, Luana Passos
Abstract: Este artigo objetiva analisar, por meio de texto literário, o enfrentamento das personagens protagonistas das obras O mundo no black power de Tayó (2013) e O black power de Akin (2020), da escritora Kiusam de Oliveira, na instituição escolar e não escolar quanto à problematização do racismo e do preconceito racial. Além disso, o presente texto procura destacar a importância do espaço familiar no que diz respeito à construção da identidade positiva e afirmativa de crianças negras já nas primeiras infâncias. Para tanto, serão utilizados os estudos de Nogueira e Alves (2019), os de Passos e Passos (2018), os de Gomes (2019, 2006), além de outros autores.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.59545
- MENINAS GUERREIRAS: NARRATIVAS SOBRE A INFÂNCIA FEMININA EM KIUSAM DE
OLIVEIRA
Authors: Viviane de Jesus Barbosa, Marcio Jean Fialho de Sousa
Abstract: Escrito por Kiusam de Oliveira [1] e ilustrado por Josias Marinho[2], Omo Oba: histórias de princesas[3] está imbuído de reconfigurar o imaginário das princesas comumente narradas, apresentando a cosmovisão iorubá, que reforça os diferentes modos de ser em relação ao feminino. Este trabalho tem como objetivo analisar os recursos simbólico-discursivos utilizados por Kiusam de Oliveira e por Josias Marinho, na composição do livro Omo Oba: histórias de princesas, como mecanismo de empoderamento para meninas, especialmente meninas negras. Embora o livro em questão seja composto por seis contos, neste trabalho, analisaremos apenas dois: “Oiá e búfalo interior” e “Oduduá e a briga pelos anéis”. As narrativas escolhidas trazem elementos que reforçam características capazes de elevar a autoestima de meninas negras, pois amparam-se em discursos de valorização da intersecção entre raça e gênero.
[1] Professora na Universidade Federal no Espírito Santo, na disciplina de Educação das Relações Étnico-Raciais. Doutora em Educação e Mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Pedagoga habilitada em Orientação Educacional, Administração Escolar e Deficiência Intelectual. Escritora. Artista multimídia. Arte-educadora. Bailarina e coreógrafa. Contadora de histórias da cosmovisão afro-brasileira.[2] Professor efetivo de Artes Visuais no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima - CAP/UFRR. Doutorando no Programa de Pós Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social, da Faculdade de Educação da UFMG (PPGE/FaE/UFMG)[3] O livro Omo-obá: histórias de princesas (2009), é o primeiro e mais premiado livro de Kiusam de Oliveira: recebendo o selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Written by Kiusam de Oliveira and illustrated by Josias Marinho, Omo Oba: histórias de princesas is imbued to reconfigure the imaginary of princesses commonly narrated, presenting the Yoruba worldview, which reinforces the different ways of being in relation to the feminine. This paper aims to analyze the symbolic-discursive resources used by Kiusam de Oliveira and Josias Marinho, in the composition of the book Omo Oba: histórias de princesas, as a mechanism of empowerment for girls, especially black girls. Although the book in question is composed of six stories, in this paper we will analyze only two: "Oiá e búfalo interior" and "Oduduá e a briga pelos aneis". The chosen narratives bring elements that reinforce characteristics capable of raising the self-esteem of black girls, because they are supported by speeches of valorization of the intersection between race and gender.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60429
- FIGURAÇÃO DA CRIANÇA REFUGIADA NA LITERATURA INFANTIL E CONCEPÇÕES DE
INFÂNCIA: DOIS MENINOS DE KAKUMA
Authors: Lígia Regina Máximo Cavalari Menna
Abstract: A fome, a miséria, a guerra, perseguições e violações dos direitos humanos, enfim, questões políticas e sociais de toda ordem, têm obrigado milhares de pessoas a abandonar suas casas, famílias e pátria em busca de refúgio, esperançosas de retornar um dia, ou reconstruir suas vidas em terras distantes, ou simplesmente viver. Segundo a Acnur, (Agência da ONU para Refugiados), em 2020, o número de refugiados no mundo ultrapassou 80 milhões, sendo que apenas 30% são considerados formalmente como tais, considerando que mais de 4% ainda não encontraram refúgio, além dos incontáveis mortos durante frustradas tentativas de fuga. Na história, na mitologia e nas artes em geral, antigo é o tema da migração forçada , dos refugiados, pessoas exiladas, perseguidas, vivendo na diáspora, dentre elas muitas crianças, compondo o retrato perverso e atual de uma sociedade doente e em constante ebulição. A literatura está repleta de exemplos em que crianças protagonizam tão dura realidade. Pensando na literatura infantil, nossa área de estudos, levantamos alguns questionamentos: Como são figuradas as crianças refugiadas na literatura infantil' Que concepções de infância podemos depreender de narrativas que abordam temas tão sensíveis, histórias de sofrimento, abandono e resiliência' Com o objetivo de refletir sobre tais questões, propomos a análise da obra Dois meninos de Kakuma, de Marie Ange Bordas. Destacamos que a infância é uma construção social, condicionada a questões culturais, filosóficas, econômicas e por muitas vezes religiosas, assim, a partir de uma perspectiva social e histórica, podemos dizer que não existe somente uma infância, mas várias. Como aporte teórico, utilizaremos Marisa Lajolo, Regina Zilberman, Philippe Ariès, Collin Heywood, Carlos Reis e Walter Benjamin.
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.60280
- RESENHA DE POR QUE É UM LIVRO MÁGICO' DE PEDRO PEREIRA DE LOPES;
ANGELINA NEVES. ILUSTRAÇÕES DE MAURICIO NEGRO. MOÇAMBIQUE: ESCOLA
PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE / CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA
(EPM-CELP), 2020
Authors: Regina Michelli
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.64734
- ENTREVISTA COM FLÁVIA CÔRTES
Authors: Regina Michelli
PubDate: 2022-02-10
DOI: 10.12957/seminal.2022.64735